A Casa da Cultura e da esperança Tradicional centro turístico e de artesanato do Centro do Recife volta a respirar com retorno do movimento após fase aguda da pandemia

Publicação: 19/09/2020 03:00

A Casa da Cultura Luiz Gonzaga, referência de artesanato do Recife, passa por um momento inédito em seus 44 anos de funcionamento: a lenta volta do turismo em meio à pandemia da Covid-19. Com movimento ainda reduzido nas lojinhas, o espaço recebe uma quantidade ainda pequena de turistas, mas que trazem vida àquela que já foi a maior cadeia do Brasil no século 19. Para driblar a baixa procura in loco, os comerciantes utilizam a internet para vender os produtos locais e aumentar a renda.

José Carlos, 47, trabalha há 27 anos na Casa da Cultura e conta como enfrentou o período mais difícil. “Há dois meses foi mais complicado, mas após esse último feriado de 7 de Setembro o movimento melhorou muito devido ao número de voos que está maior para o Recife. Antes, quando a Casa estava fechada, eu fazia artesanato para ocupar o tempo e deixar a quarentena mais leve”, relatou o comerciante.

Juliana Rezende, responsável pelo centro comercial, relata que pequenos grupos de turistas já começam a frequentar o local e que a administração orientou os lojistas de acordo com os protocolos de cuidado, reforçando a obrigatoriedade do uso correto da máscara, além do álcool em gel disponível em diversos pontos e verificação da temperatura na entrada. “Como as celas são pequenas, o recomendado é apenas um turista, ou uma família, por cela ou elevador, para evitar aglomerações”, explica.

Calistenia Esnack é de Curitiba e veio passar férias com seu marido em Pernambuco. Ela conta que chegou ao centro de artesanato através do guia turístico que recomendou a visita ao local. A paranaense relata que as férias precisaram se adaptar aos cuidados para evitar a Covid-19. “Desde o café da manhã até a chegada aqui está sendo tudo diferente. Eu e meu marido gostamos de cultura e história e está sendo bem rico para a gente”.

O edifício, idealizado pelo engenheiro Mamede Alves Ferreira para ser um presídio nos padrões franceses da época, foi inaugurado em 1855 e funcionou como cadeia por 118 anos. A Casa da Cutura abre de segunda a sábado, das 10h às 16h.