Empatia tem que ser via de mão dupla

Publicação: 21/09/2020 03:00

Na visão do gerente de relacionamento do Grande Recife, Marcus Petrônio, a queima de parada e a falta de urbanidade são questões comportamentais. “Se há uma queima de parada, é por causa do motorista. E qualquer falta de gentileza pode virar a falta de urbanidade. Por isso que, a cada seis meses, fazemos capacitações com as empresas operadoras”, explica.

“O usuário também pode ser um problema. Se ele fura fila, entra sem pagar, sobe e não usa máscara no ônibus, viaja bêbado, é agressivo, o condutor tem direito de parar e mandar descer”, pondera.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, avalia que os trabalhadores estão sob pressão, tendo recentemente asumido dupla função, com a retirada de cobradores. “Ser motorista é um trabalho de alto estresse. Já precisava de um controle emocional grande. E isso se tornou ainda mais difícil com a dupla função nos últimos três anos, que  contribui a esse mau atendimento”, opina.

Um motorista de 52 anos, que  não quis se identificar, endossa a questão. “Você perde muito tempo, não consegue fazer seus horários de viagens direito, perde tempo de repouso. Só há obrigações e nenhum retorno.”