DIARIO+EDUCAÇÃO » A volta de um santuário do conhecimento Rede Bibliotecas Populares reabre espaço para a leitura e o aprendizado em Comportas, Jaboatão, que estava fechado por causa da pandemia

FELIPE PESSOA
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Publicação: 31/10/2020 08:00

Crianças do bairro de Comportas, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, voltaram a contar com uma forte aliada no lazer e no acesso à cultura da comunidade. Foram retomadas nesta sexta-feira as atividades da Biblioteca Comunitária de Comportas - Heleno Veríssimo. O espaço estava fechado desde março deste ano, por causa da pandemia do novo coronavírus.

A ação é uma iniciativa da Rede de Bibliotecas Populares, lançada no último sábado (24), em comemoração à Semana do Livro e ao Dia Nacional do Livro, lembrado nesta quinta-feira (29). Ao todo, o movimento coordena 13 bibliotecas, localizadas em comunidades do Recife, Olinda, Paulista, Jaboatão e Camaragibe.

No local, os pequenos puderam ter nas mãos novamente o acervo de obras com temáticas variadas - desde literatura infanto-juvenil, passando por sociologia, ecologia e literatura brasileira e estrangeira. Além da leitura, as crianças participaram de brincadeiras e atividades lúdicas, como confecção de livros e leitura mediada.

Para Muriel Prado, um dos coordenadores, o contato das crianças com os livros - feito com os cuidados necessários, como o uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social - veio em boa hora. “A gente acha importante a leitura para se ter um entendimento de mundo e minimizar o impacto da pandemia na educação no bairro”, diz.

As atividades do espaço, criado em 2008 como Biblioteca Comunitária de Comportas pelo escritor que hoje lhe dá nome (já falecido), são retomadas gradativamente. Para os próximos dias está prevista a volta dos empréstimos de títulos, desta vez por delivery. “Já foi um período longo sem atividades. Com isso, vimos que seria importante ter atividades direcionadas para o público infanto-juvenil”, afirma Muriel. Antes da pandemia, o espaço também tnha aulas de matemática e letramento, e oficinas de capoeira, karatê e futebol, ainda sem previsão de retorno.

A universitária Vitória Caetano, 19, faz parte da equipe que atende as crianças pelo projeto Mãos Solidárias, parceria entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Armazém do Campo e a UFPE. Para ela, movimentos como este ajudam a fortalecer a relação da comunidade com o mundo. “A gente tenta usar essas atividades para que a criança entenda que pode fazer o bem, tanto para ela quanto para o ambiente em que vive”, destaca.