DIARIO+EDUCAÇÃO » Um novo ensino em todos os níveis Pandemia leva escolas e universidades a repensar fundamentos educacionais e promover adaptações, acelerando a transição digital

Anamaria Nascimento
anamaria.nascimento@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 31/10/2020 08:00

Mudanças previstas para acontecerem na educação ao longo de anos foram aceleradas e precisaram ser colocadas em prática em poucos meses. Durante a pandemia da Covid-19, o ensino, seja na rede pública ou na privada, foi repensado. O papel do professor também se transformou. A relação entre alunos passou por modificações. Como no mundo inteiro, as instituições de ensino de Pernambuco precisaram se adaptar à nova realidade.

A internet deu suporte às transformações educacionais provocadas pela pandemia, mas a mudança não se limitou ao digital. Foi preciso um novo comportamento. Professores participaram de formações para se adaptar às novidades na forma de ensinar. Alunos precisaram adotar outras maneiras de aprender e rotinas que eles não experimentavam até então.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mais de 1,3 bilhão de alunos de todo o mundo foram afetados pelo fechamento das escolas e universidades devido ao isolamento social. Esse número representa cerca de 80% da população estudantil mundial. Mais de 60 milhões de professores deixaram de trabalhar presencialmente em salas de aula.

Na visão do diretor do Colégio Núcleo, Gilton Lyra, o ano de 2020 foi um momento de adversidade para a educação, como foi para outros setores, mas também de muita aprendizagem e de fortalecimento da cultura digital. “No nosso caso, no Núcleo, já tínhamos uma presença muito forte das tecnologias e das metodologias ativas. O caminho da adaptação foi mais tranquilo do que deve ter sido para escolas que não tinham essa presença no digital”, afirma. Com a pandemia, porém, os conteúdos precisaram migrar 100% para as telas.

Além da necessidade de trabalhar mais com as novas tecnologias, a pandemia ressaltou o olhar para as competências socioemocionais dos estudantes, cujo ensino está previsto na Base Nacional Comum Curricular. O documento propõe dez competências gerais da educação básica, entre elas “valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade” e “valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais”.

Como previsto na Base, Gilton Lyra comprovou, nesse período, a relevância de entender as diferentes formas de aprendizagem. “O ensino no meio digital é importante e veio para ficar, mas a aprendizagem em sala de aula e o contato, mesmo com o distanciamento, com professores e colegas, também é fundamental. Alguns alunos são muito sensoriais e aprendem melhor no presencial”, ressalta. Por isso, a autorização para o retorno das aulas, iniciando com o ensino médio, foi comemorado. “O clima no colégio tem sido de muita alegria. Tomamos todos os cuidados e estamos seguindo vários protocolos internacionais, nacionais e locais, para garantir a segurança”, diz o diretor do Núcleo.