A outra pandemia que precisamos combater Dia Mundial de Combate reforça necessidade de prevenir o HIV/Aids. Em Pernambuco, autoridades promovem ações para conscientizar o público

Publicação: 01/12/2020 03:00

Em meio à crise da Covid-19, outra pandemia não pode ser esquecida: a do HIV/Aids. O Dia Mundial de Combate, comemorado hoje, tem significado especial porque 2020 marca 40 anos do primeiro caso  no Brasil. A data também abre o Dezembro Vermelho, mês dedicado à prevenção. Autoridades de saúde promoverão várias atividades, incluindo uma série de poscasts, ressaltando a importância da prevenção, dos tratamentos e do fim do precondeito.

Transmitido sobretudo atrávés do sexo desprotegido, o HIV provoca a Aids se o paciente não for tratado. Até hoje nenhuma vacina eficaz foi desenvolvida contra a enfermidade, que só em Pernambuco já matou mais de dez mil pessoas em quatro décadas. Em 2019, foram notificados 915 casos de Aids no estado, redução  de 29% em relação a 2015. A queda, segundo o estado, é reflexo do acesso ao tratamento e à testagem rápida de HIV. Em 2019, foram 704 mil testes rápidos encaminhados às cidades pernambucanas, uma ampliação de 122% em relação a 2015.

“A detecção precoce é essencial para que o paciente tenha acesso ao tratamento adequado em tempo oportuno, o que traz qualidade de vida e evita o desenvolvimento da doença. Ampliamos a distribuição de testes para que os municípios pudessem ofertar a testagem no pré-natal às gestantes, evitando a transmissão da mãe ao bebê, e para todos aqueles que desejam fazer o exame”, afirma a gerente do Programa de IST/Aids/Hepatites Virais da Secretaria Estadual de Saúde, Camila Dantas.

Outro desafio é acabar com os estigmas. “Precisamos entender que viver com o HIV não define uma pessoa. Não precisamos aplicar padrões a tudo. Isso é adoecedor. O primeiro passo para romper com isso é naturalizar a discussão sobre sexualidade em nosso ciclos sociais”, pontua Camila. Também é preciso lembrar da importância do uso do preservativo peniano ou vaginal. Ambos, além do gel lubrificante, são disponibilizados de rotina nos serviços de saúde.

Um dos novos métodos preventivos disponíveis no SUS é a profilaxia pré-exposição,  combinação de dois medicamentos em um comprimido, que bloqueiam alguns caminhos que o vírus usa para infectar o organismo. Para receber a medicação, o paciente precisa estar cadastrado em algum serviço que a disponibilize, no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Hospital das Clínicas ou CTA/SAE de Caruaru, e comparecer a consultas periódicas. A ferramenta deve ser utilizada sem excluir ou substituir as outras opções existentes, como o uso de preservativo.

Quando há uma falha no método contraceptivo ou violência sexual, também existe a profilaxia pós-exposição. Nesse caso, os medicamentos precisam ser tomados por 28 dias, sem parar, para impedir a infecção pelo vírus, sob orientação médica.

PODCASTS
O Dezembro Vermelho será tema de podcasts produzidos pela SES-PE. Serão quatro programas com participação de profissionais e pacientes.