Vacinação sofrerá atraso de quatro meses Ministro Marcelo Queiroga acredita que imunização de grupos prioritários contra a Covid-19 será concluída em setembro. Pazuello havia fixado maio como a meta

Publicação: 22/04/2021 03:00

O Ministério da Saúde acredita que será possível concluir a vacinação contra a Covid-19 de todos os grupos prioritários do país até setembro. A perspectiva foi apresentada ontem pela pasta, que promete encaminhar mais 3,4 milhões de doses para os estados nesta semana. “O processo de vacinação no Brasil tem ocorrido de forma cada vez mais célere. Se continuar nesse ritmo, até setembro vamos atingir a população prevista no Plano Nacional de Imunização”, afirmou o ministro Marcelo Queiroga. Antes de deixar a pasta, o ex-ministro Eduardo Pazuello havia fixado a meta para maio, quatro meses antes do novo prazo.

Coordenadora do PNI, Francieli Fantinato acrescentou que a pasta espera aplicar a primeira dose em todos os 77,2 milhões de brasileiros dos grupos prioritários até a primeira quinzena de junho. Devido ao intervalo necessário para a segunda dose, que chega a 84 dias no caso da AstraZeneza, a imunização seria encerrada até setembro.

Para cumprir esse cronograma, o Ministério da Saúde vem realizando reuniões semanais com a Fiocruz e o Butantan, que são os maiores fornecedores, para acompanhar o ritmo de entrega das doses. Francieli admitiu, no entanto, que atrasos na entrega das vacinas podem interferir esse cronograma e, consequentemente, postergar o plano de vacinação.

Na semana passada, o Butantan paralisou a produção da Coronavac por conta da falta de insumos. A fabricação foi retomada só na noite da terça-feira, depois que o instituto recebeu três mil litros do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) da China. O material deve ser suficiente para cinco milhões de doses.

Queiroga destacou que o governo tenta adquirir outras vacinas  para antecipar o cronograma. O governo negocia a compra de 100 milhões de doses da Pfizer, por exemplo. Além disso, pode ter acesso a 20 milhões de doses da Covaxin e 10 milhões da Sputinik V, caso essas vacinas sejam aprovadas pela Anvisa. Iniciativas estaduais também tentam adiantar a campanha. O Consórcio Nordeste adquiriu 35 milhões de doses da Sputnik V, das quais quatro milhões deverão vir para Pernambuco.

O ministro também se comprometeu a atualizar o cronograma de entrega de vacinas contra a covid-19 dentro do prazo de cinco dias úteis estipulado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Faremos isso dentro do prazo legal”, assegurou.

A decisão de Lewandowski é fruto de uma ação da Rede Sustentabilidade que questiona a decisão do governo “de não mais divulgar cronograma detalhado de recebimento de doses de imunizantes contra a Covid-19 para operacionalização do Imunização PNI”. O cronograma que consta no site do Ministério da Saúde foi atualizado pela última vez em 19 de março, antes de Queiroga tomar posse.