Decisão sobre folia deve ser tomada em 10 dias Em debate com os prefeitos de São Paulo e Belo Horizonte, João Campos disse que capitais tentam buscar "posição harmônica" sobre realização da festa

Publicação: 07/12/2021 03:00

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), sinalizou que as capitais que compõem o grupo de debate sobre o carnaval de 2022 - Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte - poderão chegar a uma decisão, ainda neste mês de dezembro, a respeito da realização da festa. Na noite de domingo, ele participou de um debate na Globonews ao lado dos gestores Alexandre Kalil, de BH, e Ricardo Nunes, da capital paulista. Na pauta também entraram assuntos como o impacto da pandemia e suas variantes e as festas de fim de ano, além do cenário político do país.

Campos abriu a conversa falando sobre a criação do comitê executivo entre as capitais com os maiores carnavais e destacou a importância do alinhamento entre as cidades para uma decisão conjunta. Também falou sobre o Carro da Vacina, iniciativa criada no Recife que leva o imunizante nas periferias do Recife com linguagem popular.

“Eu tive uma reunião com o prefeito Eduardo Paes (Rio de Janeiro) e lá surgiu uma ideia de juntarmos os cinco maiores carnavais do Brasil para poder compreender como as cidades estão se preparando para um eventual carnaval ou a não realização dele. Fizemos um primeiro encontro e a expectativa é que daqui a pelo menos 10 dias, a gente possa avançar esse debate entre as gestões municiapais. Cada cidade, cada prefeito, tem autonomia para decidir, mas quando a gente compartilha informações, protocolos, números, angústias e pontos seguros, a gente pode ter maior firmeza para tomar a decisão. Estamos em fase de conversa entre as equipes técnicas para em seguida tentar avançar e buscar uma posição harmônica entre as cidades”, disse o prefeito no programa GloboNews Debate.

Durante a conversa, comandada pelos jornalistas Julia Duailibi e Octavio Guedes, o gestor municipal foi elogiado pelo lançamento do  Carro da Vacina para imunizar a população sem agendamento. “Nós temos diversas formas para potencializar a vacinação, porque esse é o caminho efetivo para vencermos a pandemia. Aqui tem o tradicional carro do ovo, que  circula nas comunidades anunciando a venda de ovo, para vender na hora. A gente pegou esse modelo e colocou uma equipe de vacinação dentre de algumas vans, que vai anunciando o imunizante anticovid em pontos de comércio, mercados públicos, saídas e entradas de escolas. Com isso, conseguimos mais de 10 mil vacinados nos últimos 10 dias com o carro da vacina”, compartilhou o gestor.

Além disso, o prefeito  sinalizou a preocupação com os não vacinados no Brasil e como isso reverbera no mundo, sendo importante a exigência de um passaporte da vacina. “É importante destacar que o Brasil não pode virar paraíso dos não-vacinados. A gente tem que exigir o comprovante da vacinação para entrar aqui. É assim que a União Europeia está fazendo, os Estados Unidos, e a gente precisa também garantir essa exigência. E que ela partirá de uma medida do governo federal. O diálogo é fundamental. Quando a gente faz parte de uma República Federativa, é preciso haver civilidade, ter capacidade de diálogo e que de fato faz muita falta a ausência de coordenação nacional”, destacou.

“A pandemia ceifou mais de 616 mil vidas no Brasil e, por muitas vezes, houve omissão do governo federal para conduzir esse debate. É preciso levar a sério a técnica, ciência e evidências que se comprovam com muitos estudos. Essa forma como o debate foi colocado, muitas vezes estimulado de maneira equivocada pelo governo federal, atrapalhou muito as decisões tomadas pelas esferas e comitês, do ponto de vista técnico. Nosso papel, nas cidades, é poder ter firmeza no debate”, disse.