"Marcelo da Silva não matou Beatriz" Advogado do indiciado pelo assassinato de menina, em Petrolina, diz que seu cliente foi coagido e é inocente. "Vão se surpreender"

Publicação: 20/01/2022 06:20

Um dia após divulgar uma carta, supostamente escrita por Marcelo da Silva - suspeito de matar Beatriz Angélica Mota -, uma coletiva de imprensa foi realizada, ontem, com o objetivo de esclarecer os questionamentos. Em entrevista, o advogado Rafael Nunes informou que conversou com o seu cliente, que contou ter assumido o crime ao ser “pressionado”. Apesar de afirmar que tem certeza que o crime não foi cometido por Marcelo, Rafael não trouxe novas informações, apenas a carta.  “Marcelo externou a vontade de pedir socorro. Ele falou para mim ‘eu sou inocente’. Quando o questionei ele disse que confessou na base da pressão. Falou que estava desacompanhado do advogado. Eu ainda preciso conversar com ele por mais tempo para poder entender o que de fato aconteceu. Eu ainda não tive acesso ao processo”, afirmou.

A pressão, citada por Marcelo, não foi identificada pelo advogado, que presume ter sido feita pelo delegado, policiais penais, entre outras pessoas que estavam presentes no momento do depoimento. “Curiosamente esse depoimento está chegando apenas com uma parte, não está chegando de forma completa. Eu não tive acesso ao depoimento, então eu não posso falar de trechos selecionados. Não estou acusando ninguém, mas lógico que ninguém vai dar pressão em frente às câmeras.”

Ainda segundo Rafael Nunes, a carta teria vindo à tona após Marcelo revelar que está com medo de ser morto.  “Ele externou a vontade de pedir socorro porque está aflito, perdido, com medo de morrer. Marcelo está isolado no presídio de Igarassu. Ele não tem tendência suicida, ele quer que seja mantida a vida dele”, revelou.

Questionado sobre onde estaria Marcelo na noite do crime, Rafael também comunicou que não questionou o suspeito sobre o levantamento. Com relação ao DNA de Marcelo da Silva ter sido identificado pela polícia na faca usada no crime, Nunes questiona o momento em que o resultado foi divulgado pela Secretaria de Defesa Social.

“O exame de DNA é uma prova científica. O que chama a minha atenção é que por que só agora saiu esse confrontamento genético? Como se deu o melhoramento? Existe perícia no processo que diz que a menina Beatriz foi morta em outro lugar e conduzida através de um saco plástico, uma bacia, até a sala. Essa perícia tem que ser analisada, reavaliada”, disse.