DISCURSO DE óDIO » MPPE denuncia pastor por discriminação religiosa e transfobia

Publicação: 19/01/2022 03:00

A 1ª Promotoria Criminal de Igarassu encaminhou à Justiça três denúncias contra o pastor Aijalon Berto Florêncio, por promover e incitar discriminação racial e religiosa contra seguidores de religiões de matriz africana, além de injúria racial e transfobia nas redes sociais. Segundo o MPPE, os crimes foram cometidos entre fevereiro e julho de 2021.

O pastor foi denunciado por  dois crimes: praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional; e por injúria qualificada pela utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência. Além de penas de prisão, o MPPE pede remoção de conteúdo ofensivo e pagamento de indenizações.

Uma das ações diz respeito à publicação de vídeo em que o pastor associa conceitos “feitiçaria” e “entidades satânicas” aos painéis artísticos instalados no Túnel da Abolição, no Recife. O MPPE requereu que a Justiça determine a remoção do vídeo e decrete reparação de danos morais coletivos de R$ 100 mil.

Outra ação é relativa à publicação de vídeo em que o denunciado ofendeu a dignidade de um homem para criticar sua religião. O MPPE requereu a remoção e danos morais  em favor da vítima, de R$ 50 mil. A terceira ação diz respeito a uma live em que o denunciado faz discurso de ódio, discriminação religiosa e transfobia contra uma mulher trans. O MPPE requere remoção do vídeo e danos morais em favor da vítima, de R$ 50 mil.

Aijalon diz que vai recorrer. “O MPPE e o pessoal das religiões de matrizes africanas estão usando as vias jurídicas para se assenhorar da minha liberdade de crença. O que está em curso é uma deflagrada ameaça à liberdade de crença de um pastor, visto que eu estou pregando a Bíblia Sagrada. Não vou retirar os vídeos que fiz pregando a Bíblia, pois estaria violando a minha fé. Pelo contrário, vou continuar pregando o Evangelho fielmente em Pernambuco. O teto constitucional não está só para guardar os direitos dos católicos e feiticeiros, está também para guardar a liberdade de crença de um pastor”, respondeu.