377 anos do Compromisso Imortal Documento assinado em 23 de maio de 1645 pelos 18 líderes da Insurreição Pernambucana faz pela primeira vez referência ao termo Pátria

Luís Antonio Cardoso
local@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 21/05/2022 03:00

Nesta segunda-feira (23) celebra-se os 377 anos da assinatura do Compromisso Imortal de Ipojuca, documento que marcou o início do que seria a Insurreição Pernambucana (1645-1654), a revolta que expulsou os holandeses do Nordeste brasileiro e restabeleceu o domínio português no território nacional.

No documento, assinado em 1645 pelos 18 líderes do movimento, traz a seguinte frase: “Nós, abaixo-assinados, nos conjuramos e prometemos, em serviço da liberdade, não faltar, a todo tempo que for necessário, com toda a ajuda de fazendas e pessoas, contra qualquer inimigo, em restauração da nossa Pátria”.

O uso do termo pátria, até então nunca usado para descrever o Brasil, à época ainda uma colônia, é visto por muitos historiadores como o embrião do sentimento nacionalista no Brasil.

De acordo com o general e comandante da 7° Região Militar, Carlos Machado, as batalhas travadas durante a Insurreição ajudaram a construir um sentimento até então inédito.  “À medida que nos aprofundamos no estudo da Insurreição Pernambucana encontramos uma série de características, que nos levam a acreditar que, de fato, a pátria nasceu a partir de então. E a primeira grande atividade do movimento acontece em maio de 1645, quando alguns patriotas se reúnem para a assinatura de um documento, garantindo que todos os esforços serão feitos com o objetivo de livrar a pátria de um invasor estrangeiro”, explicou.

Em comemoração à data e também ao Dia Internacional dos Museus, o Exército Brasileiro realizou uma solenidade na última quarta-feira (18), no Forte do Brum. O evento contou com a presença de estudantes de algumas escolas da Rede Municipal e também homenageou outros marcos da história da Nação, como a vitória na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que completou 77 anos de seu fim.

Além de homenagear a data, o Exército Brasileiro elaborou também um Circuito Histórico, parte do Projeto Memória Militar, contendo diversos pontos turísticos de Pernambuco que ilustram tanto o período de domínio holandês quanto diversos outros momentos históricos de Pernambuco e do Brasil. O circuito traz conhecimentos não apenas aos turistas, mas também a toda a população pernambucana.
 
Saiba mais
 
Os principais pontos do Circuito Histórico

Forte do Brum

Inaugurado como Forte Novo de São Jorge, pelos holandeses, em 1630, após a invasão. Administrado pelo Exército e Museu Militar desde 1987. É o ponto inicial do circuito e um centro de referência para os estudos e pesquisas.

Parque Histórico Nacional dos Guararapes

Palco das famosas Batalhas dos Guararapes, o local abriga a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres dos Montes Guararapes, datada do século XVII, onde estão os restos mortais de dois líderes da Insurreição Pernambucana, André Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira.

Forte das Cinco Pontas
Construído também em 1630 pelos holandeses, foi danificado e reconstruído após a retomada dos portugueses, perdendo um de seus baluartes no processo, tendo hoje em dia apenas quatro pontas. Foi tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1938. Desde 1982 abriga o Museu da Cidade do Recife.