Atendimento humanizado é ideal para a recuperação do paciente na UTI As Unidades de Tratamento Intensivo assustam, mas não precisa ser assim: equipes preparadas e boa infraestrutura fazem a diferença

Marina Costa | Estúdio DP

Publicação: 18/05/2022 03:00

Descobrir que um amigo ou familiar será transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital, geralmente, é assustador e preocupante. A UTI é um ambiente hospitalar de alta complexidade, um setor importantíssimo para o monitoramento e tratamento de situações que possam oferecer riscos para a vida do paciente. Mas quando a transferência é necessária, o enfermo pode contar com um ambiente bem estruturado, uma equipe médica preparada, equipamentos modernos e uma infraestrutura completa. Além da modernidade oferecida pela unidade hospitalar, o tratamento humanizado também é um ponto fundamental para a recuperação do paciente.

Segundo o infectologista do controle de infecção do Hospital Jayme da Fonte, que também é coordenador da UTI geral do hospital, Cleiton Alves Ramos, qualquer enfermo, seja vítima de trauma ou paciente clínico, que sofra de doenças graves, que necessite de uma vigilância contínua e um suporte intenso podem e serão encaminhados para a Unidade de Tratamento Intensivo. “Os pacientes são monitorados com maior frequência pelo alto risco da necessidade de uma intervenção imediata”, explicou.

Na UTI Geral do Hospital Jayme da Fonte são oferecidos quatro leitos humanizados em quartos separados, para que familiares possam acompanhar o paciente, e um leito de isolamento para pacientes com doenças transmissíveis ou para os que apresentam doenças em estado de imunossupressão, que necessitam permanecer em um ambiente com menor risco de contrair uma infecção. Durante a pandemia da Covid-19, as visitas foram proibidas, e uma UTI específica para o atendimento de pacientes positivos com o vírus foi criada, seguindo as recomendações de biossegurança para enfermos e equipe de saúde.

Com a importância do tratamento humanizado para a melhora das pessoas internadas da unidade, a instituição usou o método de comunicação virtual entre os familiares, médicos e pacientes. Com a flexibilização do Plano de Convivência com a Covid-19 do Governo de Pernambuco, as visitas são permitidas com a obrigatoriedade do uso de máscaras nas dependências do hospital, e as admissões na UTI são feitas após a realização do exame PCR.

Para o infectologista, a capacidade de antever situações que podem colocar o paciente em risco também é essencial. “Se estamos preparados, podemos realizar as intervenções para salvar a vida do enfermo quando for preciso. Para isso, é necessária uma equipe multiprofissional, madura, atenta aos protocolos e educação em saúde continuamente”, alertou.

Porém, todos – pacientes, médicos, enfermeiros, técnicos e visitantes – devem seguir os protocolos clínicos estabelecidos, assim como as orientações do setor de controle de infeções. Para os visitantes, a recomendação é evitar tocar no paciente e nos objetos da UTI; não visitar o enfermo caso apresentem sinais ou sintomas sugestivos de doenças infecciosas, como viroses, gripes e Covid-19; e a higienização com álcool em gel no ambiente hospitalar. As equipes de enfermagem e médicas recebem treinamentos periódicos de controle de infecção, que resultam nos índices baixos de infecção relacionados à assistência. “As medidas são necessárias porque a UTI é um local onde se encontram os pacientes mais graves ou potencialmente mais graves, portanto, o risco da necessidade de procedimentos invasivos e de infecções associadas a essas intervenções são maiores”, afirmou.

Os pacientes podem receber alta da unidade quando a doença ou trauma responsável pela ida até a UTI seja estabilizada e apresente o menor potencial de risco à vida do paciente. A recomendação é que o paciente seja liberado apenas da UTI e encaminhado até os apartamentos de enfermaria para a finalização do tratamento

Em todas as unidades hospitalares de Pernambuco, as UTIs são monitoradas por dois órgãos reguladores: a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa ). Os hospitais enviam mensalmente, obrigatoriamente, um relatório apresentando os seus dados de infecções, usos de preparação alcoólicas e sabão, além do consumo de antibióticos.

No último mês, o Hospital Jayme da Fonte não apresentou nenhum caso de infecção relacionado a procedimentos invasivos – por exemplo: uso de sonda vesical, cateter central ou ventilação mecânica -, mantendo o baixo índice de infecções na UTI. “O diferencial do Hospital Jayme da Fonte é a média histórica de infecção baixa na nossa Unidade de Terapia Intensiva, além dos leitos humanizados e a nossa equipe multiprofissional experiente. Isso é o resultado do amadurecimento dos processos que envolvem o cuidado com o paciente, os familiares e todos os colaboradores”, finalizou Cleiton Ramos. Em 2021, a instituição passou por um processo de acreditação pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), responsável pelo desenvolvimento e gestão dos padrões brasileiros de qualidade e segurança na saúde.