Autismo ganha projeto inspirador Macaparana abre portas da Casa Azul para tratamento do autismo no estado. Deputados querem replicar modelo em outros municípios

Beatriz Venceslau
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Publicação: 21/05/2022 03:00

Macaparana - No município de Macaparana, situado na Zona da Mata Norte de Pernambuco, existe um projeto intitulado Casa Azul. Lá, é oferecido um tratamento multidisciplinar para pessoas, sobretudo crianças e adolescentes, que possuem o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Por ser o único espaço com essa finalidade em todo o estado, foi realizada uma audiência pública na manhã da última quinta-feira (19), com a intenção de apresentar detalhes do funcionamento do dia a dia da Casa, além de servir de inspiração para os municípios adjacentes. Em torno de 100 pessoas estiveram presentes no evento.

A proposta do debate acerca da temática surgiu a partir do deputado estadual e presidente da Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Antônio Moraes (PP), que contou como e quando surgiu a ideia de trazer autoridades do estado e pessoas envolvidas na causa para um debate.

“Nós fizemos uma audiência pública na Assembleia (Legislativa de Pernambuco) há dois meses, e uma das questões levantadas foi que deveríamos fazer uma audiência em várias regiões, para despertar nos prefeitos e secretários de Saúde a iniciativa para investirem na causa do autismo”, disse Antônio Moraes.

Além disso, ele relembrou que antes da fundação da Casa Azul, quem necessitava do suporte, era levado até o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros  (CISAM), no Recife.

O deslocamento de horas de viagem, inclusive, era um dos fatores que prejudicava a sequência do tratamento, já que os portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA) demonstravam alto nível de irritabilidade.

Segundo a coordenadora da Casa Azul, Tatiana Albuquerque, o espaço hoje acolhe 92 pessoas, divididas entre crianças e adolescentes.

“Temos uma equipe com cinco profissionais, sendo dois psicopedagogos, uma fonoaudiologia, um psicólogo e um terapeuta ocupacional. Nosso serviço é oferecido de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h”, disse.

Quem sente na pele

Lia Barbosa é moradora do município de Macaparana e uma das vozes que reforça a luta das mães da região que buscam apoiar seus filhos através de um suporte adequado. Seu filho Victor Hugo, de 14 anos, é recebido na Casa Azul três vezes na semana.

“No mês de fevereiro, a gente deu início ao projeto. Ela ficava num espaço pequeno e hoje já está maior. É um sonho mesmo. Estamos felizes”, disse a mãe.