ENFERMAGEM » Governo sente pressão pelo novo piso salarial

Publicação: 13/08/2022 05:35

O Governo de Pernambuco vem sendo pressionado para que efetue o pagamento do novo piso salarial estabelecido aos profissionais de enfermagem do estado. A medida foi acordada após a lei de número 14.434/2022 ter sido sancionada pelo governo federal.

A mudança estabelece que a remuneração mínima para enfermeiros seja correspondente ao valor de R$ 4.750. No caso dos técnicos de enfermagem, de R$ 3.325. Já para auxiliares e parteiras, R$ 2.375.

Cerca de 128 mil pessoas foram impactadas em Pernambuco. O novo piso da categoria entrou em vigor para a iniciativa privada no dia 5 deste mês, inclusive contemplando os cooperados. Os servidores públicos, por sua vez, só passarão a receber a atualização no póximo ano.

Parte dessa pressão colocada diretamente ao governador Paulo Câmara vem de duas unidades de saúde públicas do estado. O Hospital Santa Efigênia, em Caruaru, se manifestou através de uma notificação judicial, onde alega a necessidade do cumprimento da sua proposta para equilibrar as finanças. A unidade diz que a finalidade da sua solicitação tem o intuito de tornar o “cenário sustentável para que os níveis de qualidade e segurança de seus pacientes sejam alcançados dentro dos parâmetros que definiu ao colocá-los como valores institucionais”. O ofício aponta um prazo de 72h para cumprimento. As primeiras tentativas de conversa com o Palácio do Campo das Princesas aconteceram em maio, sem resposta. Outra cobrança vem do Hospital Brites de Albuquerque, em Olinda, que busca uma negociação junto ao governo para que o montante de quase R$ 1 milhão seja repassado mensalmente à unidade, já que ela é sustentada por meio de uma organização social. Esse fato, aliás, lhe garante de forma imediata o direito ao recebimento do novo piso salarial.

O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (COREN-PE) reuniu-se com outros sindicatos para organizar denúncias de irregularidades. Ficou estabelecida a criação de uma cartilha que será entregue em breve aos profissionais explicando como as denúncias podem ser realizadas, em várias unidades (um dos casos mais críticos vem do Hospital da Restauração, que até teto de gesso caindo em enfermaria viu acontecer este ano). Demissões em massa e assédio moral estão entre as principais acusações que devem ser levadas ao Ministério Público de Pernambuco. Uma nova reunião, aliás, está prevista para acontecer na próxima terça-feira (16).