PE já tem 13 casos de varíola dos macacos Já são 47 notificações no estado, 33 delas ainda em investigação. Todos os confirmados são homens, entre 20 e 49 anos, e estão em isolamento domiciliar

Publicação: 09/08/2022 06:00

Pernambuco chegou ontem ao número de 47 notificações de suspeitas de varíola dos macacos, causada pelo vírus monkeypox, sendo 13 delas já confirmadas. Os dados foram divulgados ontem em boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). Ao todo, 33 casos ainda estão em investigação laboratorial; um já foi descartado pelos exames, que são feitos, exclusivamente, pela Fundação Oswaldo Cruz no Rio Janeiro (Fiocruz-RJ), referência no país, através de seu Laboratório de Enterovírus.

Entre os confirmados, oito são de moradores do Recife, dois de Jaboatão dos Guararapes, um de Paulista, além de dois casos de turistas vindos de estados onde a varíola dos macacos já está mais disseminada e há contaminação comunitária. Todos são homens, entre 20 e 49 anos, e estão, sem exceção, em isolamento domiciliar, pois não há gravidade nas lesões. Até o momento, não houve evidência de que Pernambuco registre a transmissão local da doença.

De acordo com nota de ontem da SES-PE, “em todos os casos confirmados, as equipes de vigilância conseguiram identificar vínculo epidemiológico entre os pacientes e pessoas que apresentaram histórico de viagem ou que se deslocaram para fora do estado, em locais que já confirmaram transmissão autóctone da doença”.

Já os 33 pacientes que estão em investigação são residentes do Recife (11), Limoeiro (5), Pesqueira (3), Paulista (2), Abreu e Lima (2), Araçoiaba (1), Camaragibe (1), Gameleira (1), Ipojuca (1), Jaboatão dos Guararapes (1), Petrolina (1), Olinda (1), Timbaúba (1), Inajá (1) e São Paulo (1), sendo 26 homens e sete mulheres. Os casos estão sendo acompanhados pelas equipes de vigilância epidemiológica de cada cidade.

De origem africana, onde é endêmica, desde os anos 1950, a varíola dos macacos pouco se assemelha à varíola tradicional, já erradicada nos anos 1980. A começar pela forma de contágio. Enquanto a originária, uma das doenças que mais matou na história da humanidade, era disseminada pelas vias áreas, como a Covid-19, por exemplo também o é, o contágio da monkeypox acontece, sobretudo, por contato direto com as lesões.

Não há consenso ainda se a doença pode ser considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas já sabe que o ato sexual tem sido uma relevante forma de contágio do surto atual, surgido, no início deste ano, na Europa. Qualquer pessoa pode se contaminar (há registros em crianças), mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu alerta ao grupo de homens que fazem sexo com outros homens (HSH), perfil na qual estão mais de 98% dos casos.

No Brasil, já há mais de 2,1 mil casos confirmados, a maioria em São Paulo. No mundo, a OMS já registou 26 mil, com sete mortes, cinco na África, uma na Espanha e outra no Brasil (um paciente de Belo Horizonte, já gravemente atingindo por um câncer).