CMNE garante transparência de projeto General Nilton Moreno afirmou que o projeto da Escola de Sargentos está lastreado em "legalidade, transparência e governança colaborativa"

Publicação: 04/12/2023 03:00

O Exército Brasileiro está apostando em três pilares para embasar a construção da Escola de Sargentos, em Abreu e Lima, no Grande Recife.  Diante da polêmica envolvendo entidades de defesa do meio ambiente, a corporação reforça que o projeto está lastreado em “legalidade, transparência e governança colaborativa’’.,

O assunto foi tema de uma entrevista concedida ao Diario de Pernambuco pelo Assessor de Gestão de Projetos Estratégicos do Comando Militar do Nordeste (CMNE), general Nilton Moreno. Ao lado do assessor de meio ambiente do Comando Militar do Nordeste e gerente do projeto de instalações escolares da Escola de Sargentos, Coronel Helder Guimarães, ele detalhou o projeto e falou sobre as possíveis conquistas para o estado.  

Na entrevista, Moreno destacou que o governo de Pernambuco é “parceiro estratégico ambiental para a implantação da escola”. Um dia antes desta entrevista, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), sobrevoou a área onde deve ser construído o complexo educacional do Exército.

“O Exército vem trabalhando em conjunto a órgãos estaduais e federais que apoiam as discussões na criação de um instrumento de compensação ambiental, que é um importante mecanismo para o fortalecimento do Sistema Nacional de Unidades de Conservação”, afirmou.

A previsão é que a construção efetiva do empreendimento tenha início apenas em 2027. Há um plano mestre de construção desse complexo, já caminhando para a sua versão final, com trabalho de projetistas, arquitetos e engenheiros na execução dos anteprojetos para que as contratações possam começar a partir de 2025 e 2026.

A área total do CIMNC é de 7,5 mil hectares e está inserida na Unidade de Conservação APA Aldeia Beberibe, que tem uma extensão total de 31.634 hectares, nos municípios de Abreu e Lima, Araçoiaba, Camaragibe, Igarassu, Paudalho, Paulista, Recife e São Lourenço da Mata.

Entrevista - Nilton Moreno // assessor de Gestão de Projetos do CMN

Veja a seguir principais pontos da entrevista:

Pilares da obra

"São três pilares muito fortes do nosso programa. O primeiro deles é a legalidade. Nós só faremos aquilo que está previsto na legislação. O segundo deles é a transparência. Nós estamos falando tudo. Com a governadora, nós percorremos e voamos em todas as áreas do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti (CIMNC), sem qualquer objetivo de colocar nada debaixo do tapete. E o terceiro pilar é governança colaborativa".

Expectativa

“Nós estamos nessa governança colaborativa, estamos trabalhando para mitigar as possíveis externalidades negativas que venham com esse empreendimento de uma maneira muito diferencial. Então, a gente acredita que Pernambuco, sim, terá a oportunidade de trazer esse complexo para cá, com toda a agregação de todos os legados, não só os ambientais, mas também econômicos".

Impactos positivos

“Cerca de 60 instituições de todo o Nordeste já tomaram conhecimento do projeto e há um trabalho em conjunto para trazer esse empreendimento para Pernambuco, que vai gerar impactos positivos. De acordo com estudos realizados pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe Fidem) a chegada da escola vai beneficiar municípios como São Lourenço da Mata, Camaragibe, Paudalho, Carpina, Tracunhaém, Araçoiaba e outros nas imediações, com oportunidades de trabalhos tanto formais, como informais.”

Questão ambiental

"Eventualmente, pode ser que haja, claro, supressão vegetal, isso vai ocorrer, vai ser necessário para construir, mas o projeto desde o início, desde a concepção da escolha da área, iniciamos vários estudos com especialistas na área, engenheiros florestais, geólogos, para identificar aquelas áreas que seria possível à luz da legislação, porque o Exército vai construir tudo à luz da lei, o que manda o arcabouço jurídico relativo à questão ambiental”

Compensação

"Ele tem o objetivo de, após a supressão, não só restabelecer, mas deixar o local melhor do que antes. O local que eu falo é a bacia hidrográfica, onde vai ser pontuada a escola. Estamos trabalhando com especialistas de todo o Brasil, na construção de propostas de compensação ambiental que deixem um legado no local, a região vai ser reestruturada em termos de projetos de melhoria da qualidade híbrida, da qualidade da vegetação, da bacia".

Infraestrutura

"Estamos raciocinando sobre empregos diretos e indiretos de diversas especialidades que nós vamos agregar. E, finalmente, em 2034, já no final de uma terceira fase construtiva, nós teremos a inauguração da escola’. Haverá cerca de 11 mil empregos diretos e 17 mil empregos indiretos. A preparação da mão de obra já está sendo conversada com parceiros estratégicos, como por exemplo, os Sistemas S das Federações de Comércio e Indústria, para preparar a mão de obra não só em Pernambuco, mas em todos os estados aqui do Nordeste e, quiçá, do Brasil, e agregar na construção, uma maneira sustentável, que é um pilar essencial da formação da escola".