Quem? Maior vencedor do Grammy de 2015, principal prêmio da música, Sam Smith é desconhecido no Brasil enquanto reina na Europa

Ed Wanderley
edwanderley.pe@dabr.com.br

Publicação: 10/02/2015 03:00

Aos 22 anos, cantor inglês abocanhou quatro das seis categorias em que foi indicado (REPRODUCAO DA INTERNET/SAMSMITH.COM.BR)
Aos 22 anos, cantor inglês abocanhou quatro das seis categorias em que foi indicado

A expressão “nunca ouvi falar” se sobressai, no Brasil, diante da menção do nome do cantor Sam Smith. Mas não deveria. Com 3,5 milhões de cópias vendidas do álbum de estreia e no primeiro lugar entre as mais tocadas em três países, passa longe de ser surpresa que o artista de 22 anos tenha recebido, no domingo, quatro dos seis Grammys aos quais foi indicado. O inglês Samuel Frederick Smith subverteu a lógica de vice-liderança que o acompanhava: o premiado disco ficou em segundo lugar tanto no Reino Unido quanto nos EUA, atrás de Ed Sheeran e Taylor Swift, respectivamente.

Com 22 anos de idade, formado pela Youth Music Theatre do Reino Unido, Sam foi tutelado pela cantora e pianista de jazz Joanna Eden. É o atual nome das rádios no que diz respeito ao pop que flerta com o soul, apesar de despontar no mercado como voz convidada de projetos eletrônicos - como em Latch, da dupla de house e pop sintético Disclosure, no final de 2012. A obra, sem espaço no Brasil, tem mais de 115 milhões de audições no YouTube, ganhou o topo dos rankings da Holanda e Bélgica. Convidado como vocalista, por Naughty Boy, em La la la, atingiu o topo das paradas britânicas. Seguiu os mesmos passos da compositora Sia após ela gravar Titanium com o DJ David Guetta, e Aloe Blacc depois de Wake me up, do DJ Avicii: assinou contrato para investir na carreira solo. Assim nasceu In the lonely hour, pela Capitol Records, em maio do ano passado.

O primeiro single, Lay me down decepcionou (46° lugar nas paradas britânicas), mas Money on my mind o colocou na liderança. Em seguida, Stay with me se tornou o primeiro sucesso mundial - e principal vencedora do Grammy. A popularidade explodiu. O single I'm not the only one foi uma das mais cantadas em competições musicais na TV em 2014. Lay me down foi regravada e será relançada nos próximos dias. O segundo álbum é o que deve definir se Smith será chuva passageira ou terá espaço para colocar o nome na história da música, muito além da história dos Grammys, onde, esta semana, já “assinou” quatro vezes.

As influências de Sam Smith

Letra
Quem ouve Sam deve escutar a britânica Adele, cujo estilo o influenciou. O sofrimento das letras de ambos reportam antigos relacionamentos. “Obrigado por partir meu coração - você me trouxe quatro Grammys”, disse Smith sobre o ex-namorado.

Música
Há semelhanças entre a proposta musical dele e a Amy Winehouse de 2006 - em especial com o soul e R&B fundido ao pop e empacotado para as rádios. Ele enxerga nela uma das principais influências.

Os parceiros de estilo

Recomendáveis
O consumo de música produzida na Europa cresce nos EUA, o que reflete no restante do mundo. Hits semelhantes aos de Smith são emplacados por artistas como Rita Ora, Paloma Faith e Jessie J.

Semelhantes
Apreciadores do som de Sam deverão podem curtir vocalistas masculinos que tratam de amor em fartas doses com musicalidade menos “pré-moldada”. Estão no grupo: Ed Sheeran, James Arthur, Olly Murs e Gorgon City.

Na festa do Grammy

Na surpresa
Querido dos críticos, Beck já era esperado para ganhar álbum de rock do ano. Levou também o principal da noite (álbum do ano).

No sangue
Rosanne Cash, filha de Johnny Cash, passou quase despercebida, mas, com três Grammys, foi uma das grandes vencedoras da noite, na categoria country.

Na discrição
Sia não costuma mostrar o rosto. Perdeu as categorias em disputa e exagerou: mandou a atriz Kristin Wiig representá-la na hora da performance de Chandelier.

No sono
Performances mornas medianas, mesmo de Madonna e Beyoncé. Até Usher optou por balada para Stevie Wonder, em vez de hits dançantes.

No quase
Beyoncé levou três troféus, por R&B, mesmo com concorrentes mais fortes. Iggy Azalea e Ariana Grande fizeram barulho, mas saíram de mãos abanando.

No estilo
O Canal E! transmite hoje, às 20h, o Fashion police, comentando os trajes mais marcantes - e, claro, os mais bizarros - do Grammy Awards 2015.