Frequentemente repetimos essa frase antes de dormir, mas pouco sabemos seu berço, que remete à mitologia grega. Ela significa “adormecer, mergulhar em profundo devaneio”.

Eis a chave para a compreensão da frase: Morfeu é o deus alado dos sonhos noturnos – o que deriva de sua filiação, já que ele é o filho de Hipnos, o deus do sono, e de Nix, a deusa da noite.
Na época moderna, Morfeu foi associado à papoula, planta com poderes soníferos. Na pintura, ele é retratado enchendo a terra de pétalas de papoulas para adormecer os mortais.

A palavra morfina vem também daí. Esse poderoso alcalóide de ópio, extraído da papoula, atenua a dor, mas seus efeitos alucinógenos foram denunciados por pacientes cujo quarto de hospital era invadido por figuras indefinidas, ameaçadoras e misteriosas que, não raro, acabavam levando o enfermo para o beleléu.

Nylon
A empresa americana Du Pont de Nemours foi quem primeiro produziu esse material, em 1935. Seu êxito foi imediato e logo surgiram produtos similares no mercado, mas o que se destacou foram as meias, importante peça no vestuário da mulher moderna. O berço da palavra é discutível. Uns afirmam que extraiu suas primeiras letras de nyl, de vinyl e as duas últimas, on de cotton, algodão em inglês. Pode ser, mas outros juram que o vocábulo é formado pelas iniciais de Nova York, NY, alusão à cidade natal de seu inventor, Wallace Hume Carothers, e LON, do nome de sua esposa, nascida em Londres. Você decide.

Mosca-varejeira
É a designação comum a diversos tipos de moscas. Seu nome tem berço no fato de seus ovos serem conhecidos pelo vocábulo vareja, também conhecidos como ovos de rápida eclosão, sabia? A varejeira faz parte de uma família de moscas de cor azul ou verde metálico e serve-se de qualquer animal de sangue quente, incluindo o ser humano, depositando ovos onde houver alguma ferida aberta. Suas larvas invadem a pele e corroem os tecidos vivos que encontram pela frente, devorando até ossos e cartilagens. Esse tipo de infecção, chamada miíase também conhecida por berne, pode levar à morte se não for combatida a tempo. As espécies mais comuns dessas moscas são as necrófagas. Elas põem os ovos nos cadáveres, sobretudo os bovinos. Para a maioria das pessoas, a visão de um animal morto pululando de vermes causa nojo, mas é bom lembrar que essas moscas desempenham valioso serviço para o homem ao retirar do cenário os cadáveres de animais. Seja como for, o próprio zumbido de uma mosca-varejeira já provoca apreensão e até pânico às pessoas mais sensíveis. Xô!

Urso
A palavra tem berço no latim ursus e dá nome a um animal da família dos ursídeos. Mas, só para contrariar, a expressão amigo urso ou ursada remete a uma fábula de La Fontaine. Ei-la: um velho que gostava de jardins encontra um urso pelo caminho e, para disfarçar o medo, convida-o para comer em casa. O urso aceita e os dois passam a morar juntos. Um dos hábitos do animal era espantar moscas no rosto do amigo adormecido. Certa vez, uma pousou no nariz do velho e o urso tentou afastá-la, sem êxito. Desesperado para não acordar o amigo, agarrou uma pedra para esmagar o inseto – e partiu-lhe também a cabeça! Segundo La Fontaine, a partir daí o urso passou a ser identificado no mundo com o tipo que, faça o que fizer, sempre prejudica, ouviu bem, aventureiro?