Para ter frevo o ano todo Orquestra Arruando faz shows gratuitos no Marco Zero a partir deste domingo, com concerto musical e aulas de dança e da história do ritmo. Primeira apresentação é em homenagem a Naná Vasconcelos

MABSON RODRIGUES
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Publicação: 18/08/2018 03:00

Como objetivo de difundir o frevo e valorizar a cultura pernambucana, a Orquestra Arruando traz ao Marco Zero, a partir deste domingo, o projeto artístico Recife do frevo e do passo. A iniciativa vai levar shows gratuitos ao Bairro do Recife e conta com a participação de mais de 30 artistas, entre músicos, maestros, passistas e cantores. O plano cultural foi contemplado pela Lei Rouanet, do Ministério da Cultura e tem apresentações marcadas um domingo sim, outro não, até 4 de novembro, sempre das 15h30 às 18h.

Criado em 2016, o projeto vai explorar clássicos do ritmo considerado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, a fim de exaltar a história e a tradição de uma das maiores riquezas da cultura pernambucana. Sob a regência do maestro Kidbone e com a participação do Mestre-Vivo do Frevo, Edson Rodrigues, a Arruando vai apresentar obras de nomes como Capiba, Edgard Moraes, Clóvis Pereira, Maestro Duda, entre outros músicos. No repertório, canções como Madeira que cupim não rói, Duas épocas, O gostosão, Cala a boca menino, Aninha no frevo e ainda composições inéditas e autorais arranjadas especialmente para a orquestra.

De acordo com o diretor artístico da Arruando, Nilo Otaviano, o projeto nasceu diante da necessidade de incluir o frevo na vida dos pernambucanos durante o ano todo. “O frevo não pode e não deve estar restrito somente ao carnaval. Essa sonoridade é tão rica, que é música para ano inteiro. E foi pensando nisso que surgiu a iniciativa do projeto, para enaltecer a riqueza do nosso frevo e fazer com que ele esteja sempre vivo”, diz.

Com mais de duas horas, o espetáculo é caracterizado no formato de um tripé, roteirizado a partir de três elementos: frevo música, frevo dança e frevo história. Inclui, além das apresentações de canto e dança, um passeio no tempo, contando um pouco da história do frevo ao longo das exibições. Em paralelo, através de um aulão, passos do ritmo serão ensinados para adultos e crianças e cerca de 160 sombrinhas serão distribuídas por show, com o intuito de estimular a continuidade da prática. “O projeto ultrapassa o teor musical e se estende a uma oportunidade para a contribuição no enriquecimento cultural da sociedade. São mais de cem anos de frevo. São inúmeras experiências que fazem parte do contexto histórico e cultural de Pernambuco, e essas histórias precisam ser contadas e divididas com a população”, afirmou Nilo.

O projeto de difusão da cultura pernambucana vai abrir um espaço para diversas manifestações artísticas do estado, contando também com apresentações de grupos tradicionais de marac atu, cavalo-marinho e coco. No show de abertura, a Arruando vai prestar uma homenagem a Naná Vasconcelos, músico pernambucano falecido em 2016. Em reverência ao mestre, a orquestra reproduzirá, em ritmo de maracatu, frevos clássicos, como Vassourinhas e Hino do elefante, e canções internacionais, como Hey, Jude, dos Beatles.