Ator montou banda para se preparar

Publicação: 18/10/2018 03:00

O preparo para interpretar Marcelo D2 nas telas foi além do estudo do personagem e contato com o músico, conta o pernambucano Renato Góes. “Criei uma banda com mais quatro caras para tocar por oito meses”, comenta o ator, observando que, apesar do esforço, o roteiro inicial tinha poucas sequências musicais. “Minha intenção era ir entrando no ritmo, na voz, no flow. É muito difícil cantar o rap”, observa.

Góes conta que, ao ficar satisfeito com os resultados, gravou a performance e mandou o áudio para Marcelo D2. “Ele achou que era uma coisa antiga deles (do Planet Hemp)”, recorda o ator, acrescentando que também teve acompanhamento fonoaudiológico e viajou algumas vezes com a banda. Marcelo, que também assina o argumento do filme, acompanhou algumas gravações no set.

Como parte da imersão, foi morar no bairro do Catete, no Rio, onde o músico cresceu. Por lá, o ator também trabalhou como camelô. Por conta da visibilidade na novela Velho Chico, foi, a princípio, reconhecido por muitas pessoas. Mas após raspar o cabelo, tirar a barba e deixar apenas o bigode, conseguiu dar andamento ao experimento com mais tranquilidade.

O ator recorda que entrou em contato com a música do Planet Hemp a partir de um amigo carioca chamado Henrique, que estudava no mesmo colégio, no Recife. “Um dia ele apareceu com o segundo CD (da banda), Os cães ladram mas a caravana não para (1997)”, diz. Ele conta que, a princípio, se interessou sobretudo pelo caráter mais transgressor das letras. “Só depois fui entender o grito político dos caras”, afirma.

Na avaliação do ator, Legalize já chega em momento oportuno, quando movimentos conservadores ganham mais espaço. “O filme é atual, político. A gente tem um filme mensagem de legalizar o amor, os corpos”, defende.