Lusos com força e vontade de vencer Aos quase 20 anos de carreira, a dupla portuguesa Némanus vem a Pernambuco divulgar sua música, que mistura vários ritmos do mundo

Marina Simões
marina.simoes@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 16/10/2018 03:00

A música é uma inguagem universal e os ritmos vão se misturando para criar novas sonoridades. Essa é a proposta da dupla portuguesa Némanus, que cruzou o Atlântico pela primeira vez e escolheu o Recife como Marco Zero para a divulgação do trabalho na antiga colônia. Os irmãos Hélder Vieira, 37 anos, e Né Vieira, 42, oriundos da cidade de Peniche, representam a renovação da música portuguesa. O idioma parecido, os acordes agitados e a energia inerentes da dupla despertaram o interesse do empresário recifense Kleber Leal, que mora na Europa há 12 anos, e incentivou a vinda dos artistas para a capital pernambucana.

Com quase 20 anos de carreira, a Némanus, que significa em Latim “força e vontade de vencer”, tem composições autorais e popularidade com público que vai de crianças até os mais velhos. “Temos uma mistura de musicalidade da América Central, oriental e angolana. Em cada disco buscamos nos atualizar, acrescentando novos estilos, até formarmos o nosso. No Brasil, os mais parecidos com o nosso trabalho são Ivete Sangalo e Wesley Safadão”, compara Hélder Vieira. Eles foram apelidados de Furacão, título de um dos discos autorais, e já conquistaram sete discos de ouro, três de platina e foram indicados nas categorias Melhor Artista (Best Live Act) e Melhor Música no World Music Award.

As influências vêm de ritmos da América Central como bachata, merengue, da música angolana como kizomba e kuduro, e ainda das mixagens eletrônicas. Os principais sucessos são Aiué do roça roça, Fazer com ela, Dançando kizomba, Beijar na boca e Paz pás funaná. Muitass outras faixas estão disponíveis no Spotify e YouTube. “Atribuímos nossa música como um som universal. Não é africana nem brasileira e também não é portuguesa. Não tem como ficar indiferente. Até quem não conhece acaba entrando no ritmo. São músicas para dançar e deixar a tristeza para trás. Nós somos do mundo", detalha Hélder.

O grupo vai promover um encontro hoje, às 19h, no Manhattan Café Theatro, com a presença de artistas como Almir Rouche, Irah Caldeira, Michelle Melo, Luizinho de Serra, Dudu do Acordeon, Silvério Pessoa e Nádia Maia. O evento para convidados tem a proposta de intercâmbio cultural e contará com apresentação dos portugueses. “Viemos mostrar o nosso ritmo e estudar o que é a música pernambucana. Queremos ter esse contato com artistas locais e descobrir como se compõe a música da região e o que podemos levar para lá. Vai ser enriquecedor trocar informações”, aposta.