Uma lapa de festival No Ar Coquetel Molotov traz nomes de destaque da música alternativa e gratas promessas do meio

texto: EMANNUEL BENTO | emannuelbento@gmail.com

Publicação: 17/11/2018 03:00

Um dos festivais mais importantes do estado, o No Ar Coquetel Molotov comemora 15 anos em edição realizada neste sábado, a partir das 13h, no Caxangá Golf Country Club, Zona Oeste do Recife. Os preparativos para a festa já começaram na quinta-feira, com um show de Azealia Banks no Baile Perfumado. Neste ano, a extensa programação reúne nomes de destaque da música alternativa e alguns outros que estão prestes a prosperar, seguindo a linha de curadoria que tornou o evento reconhecido nacionalmente.

A banda de rock Boogarins (GO), o rapper Djonga (MG), a cantora pop Duda Beat (PE) e o renomado Conna Mockasin (Nova Zelândia) são alguns dos principais nomes que formam a grade, junto com Teto Preto (SP), Luedji Luna (BA), Anelis Assumpção (SP) e Heavy Baile (RJ). Os shows serão realizados em três palcos. Um momento aguardado é a apresentação de MC Troia (PE), que promete romper barreiras ao marcar o primeiro show de brega-funk do festival.

Outro destaque é a dupla Selvagem (foto), formada pelos Djs Millos Kaiser e Trepanado. Em 2013, eles foram responsáveis pelo movimento de festas de rua de São Paulo que acabou culminando em uma revitalização festiva do centro paulista. Nos últimos anos, levaram a dance music brasileira a festivais internacionais.

Entrevista - Trepanado //  DJ do duo Selvagem

Como foi o processo de construção de identidade do projeto Selvagem?

A gente poderia vir aqui e dizer que teve todo um plano de construção de identidade, mas a real é que foi tudo bem intuitivo, o que se mostrou bem eficiente no fim das contas. Eu e o Millos abraçamos logo a história de ser “Selvagem” pois nossa proposta musical era a de provocar nas pessoas os instintos mais primitivos, de não ter essa coisa “super polida” de ficar fiel a um único estilo musical. Era pra ser algo mais cru e visceral mesmo. No fim, por ser um adjetivo transformado em subjetivo, logo descobrimos que tudo fica bom com Selvagem.

Por que acha que o projeto se tornou um sucesso?
Acho que tem um certo sincronismo com o zeitgeist da época: nossa festa era de graça, num horário de missa (entre 16h e 22h), num lugar lindo no Centro de São Paulo e a música era diferente do que se tocava no circuito à época, e isso tudo fez com que se tornasse um espaço bastante democrático, as pessoas iam com uma cabeça bem aberta e tudo convergiu para que acabássemos virando um dos ícones deste movimento de “festa de rua”. Também acabamos capturando o espírito da música brasileira, promovendo a mistura de obscuridades nacionais com outros estilos mais consagrados como house e disco music, quando não se fazia isso.

Qual a importância desse movimento de reocupação do centro por festas de rua?
Nós fomos importantes nesse movimento entre 2011 e 2015, mas faz algum tempo que decidimos mudar o rumo e deixar de organizar festas na rua. Mas a importância desse tipo de movimento é tremenda, pois dá às pessoas uma sensação de pertencimento à cidade. Em São Paulo, onde se tem a sensação de pagar pedágio assim que se coloca o pé na rua, isso é um grande lance.

Programação

Palco Aeso/Som Na Rural

15h: Guma (PE)
16h: Anjo Gabriel (PE)
17h: Bule (PE)
18h: Potyguara Bardo (RN)
19h10: A Banda de Joseph Tourton (PE) - 19h10
22h40: Deafkids (RJ)
1h: Gluetrip (PB)

Palco Natura Musical

15h30: Catavento (RS)
16h30: Duda Beat (PE)
17h30: Barbagallo (França)
18h40: Maria Beraldo (SP)
19h50: Usted Senalemelo (Argentina)
21h: Luedji Luna (BA)
22h20: Jotaerre (BA)
23h40: Triolipstick
0h40: Teto Preto (SP)
2h: Selvagem (SP)

Palco Coquetel Molotov
18h: Mestre Anderson Miguel (PE)
19h20: Anelis Assumpção (SP)
20h30: Connan Mockasin (Nova Zelândia)
21h40: Boogarins (GO)
22h50: Djonga (MG)
0h10: MC Troia (PE)
01h40: Heavy Baile (RJ)