Brasil e Portugal unidos pela imprensa Jornais centenários dos dois países se juntam em defesa da notícia de credibilidade e combate às fake news

(Emannuel Bento)

Publicação: 19/10/2019 03:00

Membros da Associação Portuguesa de Imprensa (API) fizeram uma visita à sede do Diario de Pernambuco na manhã da sexta-feira para selar um apoio institucional. A comitiva foi encabeçada por João Palmeiro, presidente da API e do Fundo Google de Inovação, iniciativa global da empresa de tecnologia para proteger e dar credibilidade ao jornalismo. Durante discurso em defesa da imprensa, ele convidou o Diario para ser sócio institucional da associação. A API esteve no Recife para a inauguração da exposição Jornais centenários do Brasil e Portugal: um legado cultural, montada no campus de Fundação Joaquim Nabuco de Casa Forte.

A comitiva foi composta por representantes dos veículos portugueses Visapress, Diário do Sul, Jornal Região de Leiria, Lusa - Agência de Notícias, As Beiras, Jornal de Notícias, Gazeta de Caldas, O Minho e o brasileiro O Estado de S. Paulo, representando por Edmundo Leite.

Celso Stamford Gaspar, presidente do Gabinete Português de Leitura Pernambuco, e Múcio Aguiar, presidente da Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP), também prestigiaram o encontro. Eles foram recebidos no Diario de Pernambuco pelo vice-presidente do jornal, Sérgio Jardelino, além do vice-presidente jurídico, Flávio Koury, da conselheira editorial Brittes Caminha e da editora executiva Paula Losada.

“Nós temos um projeto para unir jornais centenários fora de Portugal, pois só temos a ganhar com isso”, disse João Palmeiro. “No momento em que a exposição é inaugurada em outros países, essa responsabilidade de continuidade da tradição já não está apenas nas mãos dos portugueses. E é muito importante dar atenção a vocês, que são o mais antigo em língua portuguesa fora de Portugal”, continuou.

O presidente da API também ressaltou que os jornais centenários precisam se unir para, com muita pressa, buscarem o título de Memória do Mundo pela Unesco, uma lista de patrimônio documental mundial recomendada pelo Comitê Consultivo Internacional (International Advisory Committee - IAC) e endossada pela diretora-geral da instituição.

Também representando um braço filantrópico do Google, Palmeiro afirmou que se aproximou da gigante da tecnologia com o argumento de que os “leitores de língua portuguesa consomem muito os serviços do Google”. “Esse fomento deve atender à construção de projetos que lutem contra as fake news e a desinformação. É muito importante trabalhar com jovens e estudantes, mas ainda mais é contar com a apoio do sênior (termo para profissionais mais experientes). A internet está à procura de soluções e temos a oportunidade de mostrar a força enorme da língua portuguesa. Esse pacto concretiza que a língua portuguesa também é negócio”, disse.

“Com essa comitiva de imprensa, conseguimos captar recursos de entidades com objetivo de contribuir para jornais locais. Todas essas organizações colaboradoras demonstram interesses para contribuir. Pensamos que deveria existir uma instituição semelhante no Brasil para que pudéssemos entregar dinheiro a vocês e vice e versa”, destacou Vítor Brás, vice-presidente da API. Múcio Aguiar, presidente da AIP, afirmou que o órgão português está estreitando as relações com há três anos. “Nós temos muito o que aprende com a imprensa portuguesa e podemos utilizar essas oportunidades. Nós temos que construir essa ponte na Atlântico para criando novos negócios”.