Filmes plurais em festival no Recife Obras com temática de sexualidade, gênero e raça serão exibidas de hoje a domingo, gratuitamente, no Cine São Luiz, numa celebração à diversidade

EMANNUEL BENTO
emannuel.bento@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 20/11/2019 03:00

O Recifest - Festival de Cinema de Diversidade Sexual e de Gênero chega à sétima edição com programação gratuita de hoje a sexta no Cinema São Luiz, no Centro do Recife. A grade foi encurtada para três dias, em vez de cinco, pela ausência do incentivo do Edital do Audiovisual do Funcultura, ainda não lançado neste ano. São 22 curtas-metragens brasileiros que concorrem nas mostras competitivas, sendo sete pernambucanos. O festival recebeu 159 obras, selecionadas segundo critérios artísticos, com temas que orbitam entre sexualidade, gênero e raça.

André Antônio e Anti Ribeiro assinam a curadoria da mostra competitiva, dividida entre as categorias Produção Pernambucana e Produção Nacional - incluindo obras do estado. Também haverá mostra não competitiva de longa e curtas, oficinas ligadas ao audiovisual, performances e moda.

A sessão Inundar o Mundo inicia a mostra competitiva hoje, às 19h, com Mar fechado, de Aurora Jamelo (PE); Pattaki, de Erverlane Moraes (SE); Preciso dizer que te amo, de Ariel Nobre (SP); Colômbia, de Manuela Andrade (PE); e A felicidade delas, de Carol Rodrigues (SP). Em seguida, a sessão Pense, Dance traz os filmes Banzo, de Rafael Nascimento (PE); Juca, de Maurício Chades (DF); Ilhas de calor, de Ulisses Arthur (AL); e NEGRUM3, de Diego Paulino (SP).

Amanhã, também às 19h, a sessão Minha Cidade tem os filmes Santos imigrantes, de Thiago Costa (SP); Vinde como estás, de Rafael Ribeiro e Galba Gogóia (RJ); Minha história é outra, de Mariana Campos (RJ); e Balizando 2 de julho, de Fabíola Aquino e Márcio Lima (BA).

Um dos destaques da segunda noite é Piu piu, dirigido pelo pernambucano Alexandre Figueirôa. O documentário experimental resgata a trajetória de Elpídio Lima, ator, cenógrafo e figurinista dos anos 1950 e 1960, considerado um dos primeiros transformistas do Recife. Com produção de Túlio Vasconcelos e montagem de Chico Lacerda, o curta segue linha semelhante à de outros recentes de Figueirôa, que procuram lançar luz em personagens LGBTQ+ do passado. “São personagens que existiam em uma época sem qualquer articulação de movimento. Eram interditados e perseguidos, e mesmo assim quebraram as regras”, diz.

A segunda sessão do dia é Gosto de Sangue, que traz as obras O verbo se fez carne, de Ziel Karapotó (PE); O mistério da carne, de Rafaela Camelo (DF); Cinema contemporâneo, de Felipe André Silva (PE); A carne é beijo e o avesso água, de Clarissa Ribeiro (RJ); Gordox, de Ivson Santo (PE); Colidiremos, de George Pedrosa (MA); e Barriga de imagens, de Maria Bogado (RJ).

Na sexta, o encerramento contará com a exibição do curta convidado Marie, de Léo Tabosa (PE), que coleciona participações em festivais nacionais e internacionais. Também haverá a sessão de estreia em Pernambuco do premiado longa Seu amor de volta (mesmo que ele não queira), com direção e roteiro de Bertrand Lira. O documentário acompanha quatro personagens que relatam desventuras amorosas e conversam com cartomantes e videntes que vão apontar saídas para seus problemas. No final, serão anunciados os vencedores. Os premiados receberão troféus, produzidos pelo artista Jacaré, e  R$ 4 mil em serviços de pós-produção - uma parceria com a finalizadora Mistika.