A estrada do forró até a Europa
Estradar, filme do pernambucano Fred Alves sobre como o ritmo nordestino conquistou o Velho Continente, será exibido amanhã na Globo
JULIANA AGUIAR
juliana.aguiar@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 12/06/2020 03:00
Estradar, longa-metragem sobre o forró e a cultura nordestina, filmado e lançado fora do Brasil pelo pernambucano Fred Alves, será exibido amanhã, na Globo, dentro do programa Causos e cantos, a partir do meio-dia. O filme, gravado nas cidades de Lisboa e Porto, em Portugal, e Berlim e Aachen, na Alemanha, foi lançado no ano passado e tem versão adaptada disponível no YouTube. “Queremos mostrar que existe um cenário muito forte fora do país. E fazer com que os jovens voltem a ter orgulho de suas raízes. O resgate é importante para o nosso amadurecimento e nossa relação com o Nordeste e o Brasil”, explica o diretor.
Inspirado pela imagem de europeus dançando os passos tradicionais do forró em suntuosas casas de show e pontos turísticos, acompanhados do trio clássico de sanfona, zabumba e triângulo, o cineasta, recém-chegado ao Velho Continente, decidiu fazer registros do que acreditava ser um fenômeno. “Logo que vi, me encantei e imaginei que tinha potencial. A princípio, quis fazer um registro daquele movimento que me impactou, e depois decidi aprofundar e investir em um filme”, conta Fred. O cineasta radicado na Holanda chegou à capital alemã em 2016 e conheceu o Psiu! Forró Festival, responsável pela difusão da cultura nordestina no país, encabeçado pelo também pernambucano Carlos Frevo.
Com uma métrica melancólica, trilhas sonoras exclusivas e clássicos do ritmo, a narrativa é costurada pela história de um mestre alagoano que mantém viva a tradição do Rei do Baião. Gennaro, ex-integrante do Trio Nordestino, é referência no forró, responsável por dezenas de sucessos e já selou parcerias com nomes como Jackson do Pandeiro e Dominguinhos. Permeado por apresentações e depoimentos, o filme também fala da trajetória do jovem músico Fabiano Santana, nascido no Espírito Santo e que construiu uma carreira no forró fora do país.
O título Estradar remete à música de Anchieta Dali, interpretada por Flávio José, que versa sobre a abertura de estradas. No papo com Fabiano, Gennaro faz uma observação que sintetiza o crescimento do ritmo além dos chãos áridos e territórios fronteiriços. “Luiz Gonzaga ‘cavou’ um poço tão fundo na terra, onde a água brotou e que até os dias de hoje muitos artistas bebem desta água”, diz o mestre.
O filme foi realizado para renovar o olhar sobre a tradição e as raízes nordestinas. “Vejo que o grande problema do forró é que ele se prendeu muito ao passado e não avança com o showbiz (indústria de entretenimento), não tem um investimento de marketing. Tenho medo de ver o movimento do forró desintegrar”, afirma Fred Alves.
Inspirado pela imagem de europeus dançando os passos tradicionais do forró em suntuosas casas de show e pontos turísticos, acompanhados do trio clássico de sanfona, zabumba e triângulo, o cineasta, recém-chegado ao Velho Continente, decidiu fazer registros do que acreditava ser um fenômeno. “Logo que vi, me encantei e imaginei que tinha potencial. A princípio, quis fazer um registro daquele movimento que me impactou, e depois decidi aprofundar e investir em um filme”, conta Fred. O cineasta radicado na Holanda chegou à capital alemã em 2016 e conheceu o Psiu! Forró Festival, responsável pela difusão da cultura nordestina no país, encabeçado pelo também pernambucano Carlos Frevo.
Com uma métrica melancólica, trilhas sonoras exclusivas e clássicos do ritmo, a narrativa é costurada pela história de um mestre alagoano que mantém viva a tradição do Rei do Baião. Gennaro, ex-integrante do Trio Nordestino, é referência no forró, responsável por dezenas de sucessos e já selou parcerias com nomes como Jackson do Pandeiro e Dominguinhos. Permeado por apresentações e depoimentos, o filme também fala da trajetória do jovem músico Fabiano Santana, nascido no Espírito Santo e que construiu uma carreira no forró fora do país.
O título Estradar remete à música de Anchieta Dali, interpretada por Flávio José, que versa sobre a abertura de estradas. No papo com Fabiano, Gennaro faz uma observação que sintetiza o crescimento do ritmo além dos chãos áridos e territórios fronteiriços. “Luiz Gonzaga ‘cavou’ um poço tão fundo na terra, onde a água brotou e que até os dias de hoje muitos artistas bebem desta água”, diz o mestre.
O filme foi realizado para renovar o olhar sobre a tradição e as raízes nordestinas. “Vejo que o grande problema do forró é que ele se prendeu muito ao passado e não avança com o showbiz (indústria de entretenimento), não tem um investimento de marketing. Tenho medo de ver o movimento do forró desintegrar”, afirma Fred Alves.