Longa "Macabro" aborda o racismo em casos policiais
Filme de Marcos Prado levanta a hipótese da condenação injusta de um dos "irmãos necrófilos" de Nova Friburgo, em episódio que chocou o Brasil
Publicação: 04/01/2021 03:00
No começo dos anos 1990, uma onda de crimes bárbaros na região de Nova Friburgo, na Serra Fluminense, chocou o Brasil. Foram pelo menos nove assassinatos brutais, seguidos de necrofilia, atribuídos a dois irmãos, que passaram anos foragidos na zona rural, mobilizando uma numerosa equipe do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para encontrá-los e alimentando o imaginário popular e o noticiário, que atribuía até certo misticismo aos fatos.
Uma história suficientemente intrigante para virar filme de suspense. Macabro, de Marcos Prado, que chegou no fim do ano passado às plataformas de streaming, amplia a trama policial com uma história que envolve também aspectos da injustiça social e do racismo estrutural presentes na história do Brasil.
A ideia de um longa-metragem inspirado no caso dos chamados “irmãos necrófilos” surgiu em 2009, quando Prado, sócio do diretor José Padilha na produtora Zazen Filmes, conversou com o ex-capitão do Bope Rodrigo Pimentel sobre o caso.
Pimentel é autor do livro A elite da tropa e foi sua experiência no Bope que originou o filme Tropa de Elite, dirigido por Padilha e produzido por Prado. A ideia original de Macabro tomou novo rumo quando o advogado de Henrique de Oliveira, um dos irmãos, entrou em contato com o diretor, assim que soube da produção. “Henrique pegou quase 50 anos de prisão sem prova nenhuma. Havia factuais, havia testemunhas, o outro irmão (Ibraim de Oliveira) foi morto por um oficial do Bope, mas ninguém viu o Henrique nas cenas dos crimes”, diz Prado.
Esse tipo de contradição na atividade policial é outra pincelada que o longa dá sobre nosso caos social. O protagonista Teo é interpretado pelo ator pernambucano Renato Góes, que assume um personagem atordoado pelos reencontros ocasionados pelas circunstâncias da investigação e por seus erros no passado, mas dedicado a compreender a complexidade do caso. Tanto que ele passa boa parte do filme fazendo perguntas aos moradores locais. (Estado de Minas)
Uma história suficientemente intrigante para virar filme de suspense. Macabro, de Marcos Prado, que chegou no fim do ano passado às plataformas de streaming, amplia a trama policial com uma história que envolve também aspectos da injustiça social e do racismo estrutural presentes na história do Brasil.
A ideia de um longa-metragem inspirado no caso dos chamados “irmãos necrófilos” surgiu em 2009, quando Prado, sócio do diretor José Padilha na produtora Zazen Filmes, conversou com o ex-capitão do Bope Rodrigo Pimentel sobre o caso.
Pimentel é autor do livro A elite da tropa e foi sua experiência no Bope que originou o filme Tropa de Elite, dirigido por Padilha e produzido por Prado. A ideia original de Macabro tomou novo rumo quando o advogado de Henrique de Oliveira, um dos irmãos, entrou em contato com o diretor, assim que soube da produção. “Henrique pegou quase 50 anos de prisão sem prova nenhuma. Havia factuais, havia testemunhas, o outro irmão (Ibraim de Oliveira) foi morto por um oficial do Bope, mas ninguém viu o Henrique nas cenas dos crimes”, diz Prado.
Esse tipo de contradição na atividade policial é outra pincelada que o longa dá sobre nosso caos social. O protagonista Teo é interpretado pelo ator pernambucano Renato Góes, que assume um personagem atordoado pelos reencontros ocasionados pelas circunstâncias da investigação e por seus erros no passado, mas dedicado a compreender a complexidade do caso. Tanto que ele passa boa parte do filme fazendo perguntas aos moradores locais. (Estado de Minas)