Os últimos dias de uma era musical The Beatles: Get Back segue John, Paul, George e Ringo preparando-se para seu primeiro show em dois anos, que também seria o derradeiro da banda

Publicação: 06/12/2021 03:00

Apesar das tensões e da separação que se avizinhava, os Beatles foram capazes de criar e se divertir até o fim. Com sua nova série documental, o cineasta Peter Jackson dissipa os mitos sobre os quatro “fabulosos” de Liverpool, oferecendo um olhar positivo ante os últimos momentos de intimidade da banda.

The Beatles: Get Back segue John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr em janeiro de 1969, preparando-se para seu primeiro show em mais de dois anos. Os Beatles estavam, então, envolvidos na composição e gravação de 14 novas canções, mas só tinham três semanas para fazê-lo - prazo que parecia impossível de cumprir.

Aqueles momentos intensos e difíceis foram imortalizados pelo diretor britânico Michael Lindsay-Hogg. As imagens resultaram no filme Let it Be, de 1970, ano em que o quarteto formalizou sua separação. O documentário insistiu nas tensões entre os quatro artistas, suas disputas e desavenças criativas, marcando de forma duradoura a memória dos fãs.

Admirador dos Beatles, Peter Jackson (da trilogia O Senhor dos Anéis), ganhador de vários prêmios Oscar, queria ir além da visão negativa de um grupo ressentido e perto do fim. “De qualquer forma, o melhor de nós sempre foi e sempre será quando estivemos contra a parede”, diz Paul McCartney em The Beatles: Get Back. A série estreou na plataforma de streaming Disney+, que, felizmente, foi demovida pelo diretor da ideia de retirar os palavrões dos ditos entre o grupo.

O lançamento mostra, pela primeira vez na íntegra, o show de 40 minutos que os Beatles fizeram no terraço do edifício de sua gravadora na rua Savile Row, em Londres. Foi a última apresentação do grupo britânico em público. Para desenterrar essas pérolas, Jackson mergulhou em 60 horas de vídeo, que permaneceram trancados por décadas. A série enfatiza a cumplicidade e a alegria de viver dos Beatles, que àquela altura pareceriam praticamente irreconhecíveis (em visual e sonoridade) a alguém que só tivesse familiaridade com a banda em seus primeiros anos de sucesso, como fenômeno do público adolescente.

“Sempre houve a ideia equivocada de que o meu pai foi o responsável pelo rompimento dos Beatles, mas não foi assim e pode-se ver claramente nas imagens”, diz Stella McCartney. “Ele aparece tentando desesperadamente que funcionasse, que sua irmandade se mantivesse intacta”, diz a estilista, destacando que o baixista e cantor “ficou inconsolável” após a separação.

MODA
Stella, que lançou coleção limitada de roupas inspirada na estética da banda naquele momento, conta que assistiu à nova trilogia documental como “filha dos Beatles”, mas também como fã. “Você olha e diz: ‘Esta é a melhor banda do mundo, a melhor música, estas são as pessoas mais cool’.”

Para ela, os Beatles encarnaram o movimento cultural por uma mudança positiva que continua influenciando milhões de pessoas em todo o mundo. “Tudo o que você precisa é de amor, Unam-se”, diz ela, citando estrofes das canções do grupo.
A estilista também enfatiza o impacto dos Fab Four sobre a moda. “Quando vejo os Beatles, sempre me surpreende a quantidade de estilos que eles exibiram em tão pouco tempo, com momentos icônicos. Se você pega o (álbum) Sargeant Pepper’s Lonely Hearts Club Band, sabe exatamente o que eles vestiam naquele momento”, explica.  (AFP)

10 álbuns essenciais


Please Please Me (1963)
A Hard Day’s Night (1964)
Beatles for Sale (1964)
Help! (1965)
Rubber Soul (1965)
Revolver (1966)
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (1967)
White Album (1968)
Abbey Road (1969)
Let it Be (1970)