Um novo ciclo da casa-museu Fundação Gilberto Freyre, em atividade desde 1987, reabre as portas hoje, após dois anos, com sua maior ação de restauro e conservação estrutural e de acervo, mas sem descaracterizar a arquitetura histórica

Rostand Tiago
rostand.filho@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 18/05/2022 03:00

A Fundação Gilberto Freyre, em atividade desde 1987, ano da morte do acadêmico pernambucano, realiza um sonho nesta semana. A Casa-Museu Magdalena e Gilberto Freyre, assim como outros espaços da instituição, passou por sua maior ação de restauro e conservação, que abarcou obras em sua estrutura arquitetônica, intervenções de preservação e resgate de seu extenso acervo museológico e documental. Após dois anos fechado, o espaço, localizado no bairro de Apipucos, volta a abrir as portas ao público hoje, Dia Internacional do Museu, para promover encontros com a vida e a obra de um dos maiores estudiosos do povo e da cultura nordestina e brasileira.

“Essa ação intensa de restauro, que abraça os acervos, a casa, o sítio ecológico, o espaço cultural e o laboratório de documentação, sempre foi um grande sonho da Fundação desde os primeiros anos. Temos um acervo que precisa dessas medidas de conservação e restauro”, afirma Fernando Freyre Filho, presidente da Fundação. “O grande desafio foi encontrar recursos, que conseguimos por convênio com o BNDES.”

A ação apresentou diversas complexidades no campo arquitetônico e museológico. Foi preciso realizar obras estruturais de grande impacto, mas sem descaracterizar a arquitetura histórica. Nesse sentido, foram realizadas intervenções elétricas e hidráulicas que permitem maiores condições de preservação do acervo, sem gerar grandes impactos visuais. Também foram feitas ações de resgate, como a troca de revestimentos instalados já nos anos 1980 para outros que se aproximam do original da casa. Um trabalho de pesquisa foi necessário para adequar a empreitada às condições históricas impostas.

As expectativas são de que toda a área ganhe ainda mais vida com a circulação do público. Para isso, estão previstas uma série de mudanças e ações para aproximar os visitantes. “Além da casa, fizemos uma série de intervenções externas, como iluminação e acessibilidade, que nos permitirá ter eventos pela noite. Queremos criar momentos e horários alternativos de visita, pois temos demanda de público diversa, do infantil ao universitário e nossas ações do educativo nos orgulham muito em toda a diversidade nas abordagens”, diz Jamille Barbosa, gerente editorial e de acervos da Fundação. “Passamos por moda, economia, o sobrenatural e muitos temas presentes na obra de Gilberto Freyre. Os restauros garantem essas ações e também são importantes na proteção do patrimônio.”

A Fundação estará aberta ao público de segunda a sexta-feira, com quatro visitas guiadas diariamente: 13h, 14h, 15h e 16h. Os ingressos custam R$ 15 e R$ 7,50 (meia). Para grupos com mais de 10 pessoas, o agendamento pode ser feito em horários específicos. Neste caso, o ingresso é R$ 20, e o contato pode ser feito pelo telefone (81) 3441-1733.