Um projeto nascido e criado dentro de casa Ex-integrante do Hanoi Hanoi, Ricardo Bacelar gravou um disco com canções da MPB enquanto montava um estúdio em sua casa

Publicação: 03/10/2022 03:00

O cantor, compositor, arranjador e produtor musical Ricardo Bacelar acaba de lançar nas plataformas digitais e também em CD o álbum Congênito (Jasmim Music), que traz 12 faixas nas quais ele interpreta composições de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Luiz Melodia e Belchior, entre outros.

O músico cearense, que foi um dos integrantes da banda carioca Hanoi Hanoi nos anos 1980, vem construindo sua carreira solo desde 2000, quando voltou a morar em Fortaleza, sua terra natal. Antes desse disco no qual solta a voz, Bacelar lançou cinco álbuns instrumentais.

Ele produziu um videoclipe de A tua presença morena (Caetano Veloso) como forma de homenagear o cantor e compositor baiano pelo aniversário de 80 anos. “Afinal, foi Caetano quem estourou nacionalmente em 1986 Totalmente demais, música do Arnaldo Brandão, baixista e vocalista do Hanói”, lembra.

Congênito surgiu como um projeto-piloto. “Eu o fiz enquanto estava montando um estúdio de produção de grande porte em minha casa. Nos testes, nasceu esse disco, que fiz sozinho, cantando e tocando todos os instrumentos. Como estava nos testes, precisava estar tocando alguma coisa para ir testando toda a aparelhagem”, conta

O músico diz que se apropriou “do discurso das músicas” e fez “um laboratório de experimentação da sonoridade e dos arranjos”. Ele comenta que o disco é todo acústico, com uma levada meio pop, meio latina, meio música brasileira. “Na verdade ele é uma fusão de ritmos. Gravo também instrumentos exóticos em algumas músicas, como o dulcimer. Ele parece uma harpa, mas você bate nele no chão, com as baquetas, Gravei também com uma flauta japonesa de bambu.”

Além da canção de Caetano presente no repertório, ele divulgou no YouTube os clipes de O último pôr do sol (Lenine e Lula Queiroga), Maracatu atômico (Nelson Jacobina e Jorge Mautner) e She walks this Earth / Soberana rosa (Ivan Lins e Vitor Martins).

Bacelar diz que chegou ao repertório final do disco depois de muita pesquisa e experimentação. “Gosto muito de repertórios, sou uma pessoa apaixonada pelo processo de fazer disco. Fico imerso no trabalho, dentro daquela bolha. Gosto muito de usar uma frase de Egberto Gismonti: ‘Estou sempre atrás de uma próxima música, porque aquela que fiz já foi feita’. Então, a minha cabeça já está atrás do próximo trabalho.”