ORGULHO DE PERNAMBUCO 2018 » A saga de quem está em permanente aprendizado Daniela Petribu foi convidada há 19 anos para assumir um cargo nos negócios da família e hoje é presidente da Usina Petribu

Publicação: 08/12/2018 03:00

Indústria e sucroalcooleiro: Daniela Petribu

Há 18 anos, durante uma festa de família, Daniela Petribu aceitou um convite que mudaria completamente sua vida. Seu tio, Jorge Petribu, pediu que ela assumisse um cargo nos negócios da família, a Usina Petribu. O que era, em princípio, um cargo gerencial foi evoluindo. Hoje ela é presidente da usina. Ao longo desse tempo, acumulou experiência e notoriedade no que faz, tanto que o trabalho é reconhecido não somente dentro, mas fora da empresa. Daniela foi condecorada com o Grande Prêmio Orgulho de Pernambuco na categoria Indústria e Sucroalcooleiro.

Perseverança e determinação marcam a trajetória da administradora que, ao assumir o cargo mudou-se do Recife, onde tinha apartamento próprio, para Carpina, na Zona da Mata Norte, onde fica a Petribu. O marido e os dois filhos a acompanharam. “Nessa época (no início da trajetória na empresa), eu não entendia nada dos negócios da família. Não era uma assunto que conversávamos. A gente vinha no fim de semana para a Usina e os Natais também eram aqui”, explica ela, que no começo assumiu um cargo na Irca, a fábrica de ração da família. Um ano depois ela foi efetivamente para Petribu.

“Eu sempre trabalhei me envolvendo muito no trabalho. Fui tentando organizar do meu jeito, mas sem mudar o processo. Toda vez que eu achava que tinha que mudar, conversava com Jorge e ele ia me orientando”, lembra Daniela, que na usina passou pelas áreas financeira, contábil, administrativa, de tecnologia, almoxarifado, departamento pessoal, recursos humanos, entre outras. “Todas as áreas vieram para mim. Ele (Jorge) foi me testando. Ia dando certo e ele me dava outra área. Criou uma superintendência e depois uma diretoria”, explica. Somente no fim de 2014, quando Jorge passou cinco meses fora do Brasil, foi que Daniela assumiu o cargo de diretora-presidente da usina.

No dia a dia de trabalho, Daniela gosta muito de aprender e sempre está estudando. Ela mesma se considera alguém que “pergunta muito”. “Peço para me ensinarem. Eu gosto de aprender porque é muito ruim você ouvir uma coisa e ter que aceitar porque não sabe. Eu quero saber”, ressalta, com a humildade de quem reconhece que há limitações. “Lógico que não tenho pretensão de achar que vou saber de tudo”. Exemplo disso foi no fim da safra deste ano, quando pediram que ela dirigisse um caminhão. “Eu nunca tinha dirigido. Aí fui treinar para entender as marcha”.

Para a presidente da Petribu, quem trabalha em usina “nunca vai morrer de tédio”. “Todos os dias tem um problema diferente. Eu procuro ter uma inteligência emocional boa. Pelo menos é o que as pessoas dizem”.Sobre o reconhecimento no Grande Prêmio Orgulho de Pernambuco, a gestora se diz feliz. “Não sei quem indiciou, mas só o fato de ter sido lembrada (para a votação) me deixou bastante feliz”. Segundo ela, muitas pessoas fizeram campanha quando souberam que ela era uma das concorrentes. “Teve gente que me ligou, inclusive funcionários e amigos dizendo que iam votar em mim. Achei isso muito interessante”, diz. “Vai fazer 19 anos que estou na Petribu, sendo quatro como diretora-presidente. É um trabalho difícil, por se tratar de uma atividade bastante complexa. Mas nós temos tentado trazer cara moderna na gestão, com indicadores de desempenho e meritocracia”.