Doença tem crescido na última década

Publicação: 18/08/2018 03:00

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 16 milhões de brasileiros sofrem de diabetes. Ainda de acordo com o estudo, a taxa de incidência da doença cresceu 61,8% nos últimos dez anos. O Rio de Janeiro aparece como a capital brasileira com maior prevalência de diagnóstico médico da doença, com 10.4 casos a cada 100 mil habitantes. O diabetes é uma epidemia global e o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking dos países com o maior número de casos, atrás de China, Índia e Estados Unidos. Vários fatores desempenham papel importante para este crescimento em países em desenvolvimento: obesidade, sedentarismo, alimentação inadequada. Além disso, as complicações (retinopatia, doença renal do diabetes, amputações, infartos e derrames) ainda são frequentes embora dados de mortalidade tenham apresentado discreta queda.

Em Pernambuco, a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) divulgou em junho deste ano que houve um aumento de 54,3%, entre 2006 e 2017, de mulheres da capital pernambucana com diagnóstico médico de diabetes. Há 11 anos, as pacientes identificadas com a doença na cidade eram de 5,7%, e passaram para 8,8%. Em relação ao resto do país, as recifenses ocupam, atualmente, o terceiro maior percentual da doença, ficando atrás do Rio de Janeiro e de Vitória.

De acordo com a pesquisadora Hermelinda Cordeiro Pedrosa, é preciso retomar uma política preventiva efetiva, que seja de estado e não de governo, pois doenças crônicas requerem planejamento e ações no médio e longo prazo, com educação de profissionais de saúde na atenção básica e implantação de equipes especializadas nos centros de média e alta complexidade, e certamente, educação de pacientes e familiares. Ela assumiu, em 2017, o desafio de presidir a Sociedade Brasileira de Diabetes. Formada pela Faculdade de Medicina de Campina Grande, a especialista deixou a região Nordeste para fazer internato na Fundação Hospitalar do Distrito Federal (FHDF) que, na época, era ícone da saúde pública no país.