Pavor se apresenta em duas versões

Publicação: 08/02/2020 03:00

Mario Louzã, psiquiatra e membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, acredita que o estudo mostra dados que podem ajudar a entender melhor duas variações do medo conhecidas pelos especialistas. “Temos o medo não condicionado agudo, que é quando você não está preparado; por exemplo, quando anda na rua e leva um susto. E o medo condicionado sustentado (ou persistente), que corresponde mais ao transtorno de ansiedade generalizada, quando as pessoas estão sempre na expectativa de algo acontecer. Esse estudo mostra que os dois tipos de medo têm bases neurais diferentes, mas que podem atuar juntos de uma forma complexa.”

Antes da análise neural, Matthew Hudson e a equipe de colaboradores definiu os 100 melhores e mais assustadores filmes de terror do século passado. Por meio de bancos de dados cinematográficos on-line, repletos de avaliações de especialistas no tema e usuários dos sites, eles criaram a lista. O grupo também pediu que 216 participantes respondessem a uma pesquisa perguntando se haviam assistido a alguns dos filmes e, se sim, se os classificaram como ruins ou com qualidade.

Os voluntários, além disso, relataram a frequência com que assistiam a títulos do gênero ou a filmes em geral e o quão assustadores consideravam diferentes tipos de terror (por exemplo, psicológico e sobrenatural), e as emoções mais comuns experimentadas ao assistir a essas películas.

Nos resultados, os cientistas observaram que 72% das pessoas relatam assistir a um filme de terror a cada seis meses, e as razões para isso, além dos sentimentos de medo e ansiedade, eram principalmente de excitação. As películas do gênero também são uma desculpa para socializar, com muitas pessoas preferindo assistir às obras com amigos do que sozinhas.