Publicação: 11/02/2017 03:00
Pai dos bonecos gigantes, Silvio Botelho conta com um sorriso no rosto toda a história que, com muito orgulho, faz parte. Inspirados pelos bonecos gigantes da Europa, eles chegaram em Pernambuco pelo sertão do estado, na cidade de Belém do São Francisco. O primeiro personagem, Zé Pereira, criado em 1919, foi confeccionado em madeira e papel machê. Em 1929, ganhou uma companheira, a boneca Vitalina. Três anos depois, foi a vez do boneco mais famoso ganhar forma: o Homem da Meia-Noite. Criado por Anacleto e Bernardino da Silva, também não poderia ficar sozinho. Logo surgiu a Mulher do Dia. Foi quando Silvio entrou em cena. Com todo encanto, as ladeiras de Olinda foram presenteadas com o toque de inocência que o carnaval precisava. Assim, foi criado o Menino da Tarde, há 43 anos. Desde então, aquele sorriso nunca mais saiu do rosto do artista apaixonado pelo dom de criar outras vidas - ou reproduzi-las - em forma de bonecos. Muito trabalho e dedicação que nutrem seus objetivos. “Eu quero é que um dia todo o Brasil tenha os bonecos gigantes, que eles rompam as fronteiras ”, diz o artista plástico que já passa dos 1.000 bonecos construídos ao longo da carreira. A motivação para alcançar esse sonho é simples na mente de quem respira o carnaval. “A minha cabeça pensa 24 horas como um carnaval. Sem parar. Se eu pudesse viver ele o ano inteiro, eu fazia o ano todo na folia”. O alto astral não impede que o trabalho necessite também de comprometimento. Só sente o prazer da dura tarefa de carregar os bonecos, por exemplo, quem se empenha também antes da festa. “Se não trabalhar na criação, não pode carregar o boneco, porque nunca vai saber o valor que ele tem”.
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Os corações que pulsam nos bonecos gigantes