Viagem ao passado e ao futuro 21ª edição da CasaCor chega com uma proposta mais verde e desafia arquitetos a integrarem natureza e tecnologia

Débora Eloy
debora.eloy@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 22/09/2018 03:00

As inovações tecnológicas são sempre bem-vindas, principalmente como aliadas da praticidade do dia a dia. Mas é importante ter em mente que lembrar do passado é uma forma de estudar o presente e o futuro. A cidade do Recife tem uma história viva espalhada por todos os cantos, os casarões encontrados principalmente na Zona Norte refletem bastante essa importância, principalmente para a arquitetura e a decoração atuais, com suas fachadas e varandas imponentes.

Com o tema Casa Viva e instalada em uma área de cinco mil metros quadrados, a 21ª edição da CasaCor Pernambuco apostou em uma viagem no tempo, aliada ao contato à natureza e o minimalismo em 39 ambientes. Neste ano, a mostra acontece no famoso casarão da família Santos no bairro de Casa Forte, Zona Norte da cidade.

Aproveitando bem o espaço dentro e fora da edificação principal, todos os ambientes possuem um toque da natureza, seja com pequenos vasos de plantas ornamentando uma parede, ou até mesmo plantas maiores dentro de casa como palmeiras e jabuticabeiras.

Um misto de modernidade e arquitetura clássica, os expositores apostaram, tanto em ambientes internos quanto externos na praticidade da automação, sem deixar de lado o apreço pelas heranças encontradas na casa secular, e nas marcas deixadas pela família durante décadas, marcas essas que foram exploradas de forma mais íntima em ambientes exclusivos.

Mas não são só os ambientes decorados que fazem parte da exposição. Projetos de paisagismo podem ser vistos durante todo o trajeto, desde a entrada do casarão até os últimos espaços do local.

Jardins tradicionais, verticais e dos mais diversos estilos também estão   presentes dentro e fora dos ambientes e refletem uma tendência que começou tímida, cresceu de forma vertiginosa e se fixou no gosto dos pernambucanos e brasileiros de modo geral. “Um aspecto fundamental da Casa Viva é a sua relação com a natureza, que marca forte presença nos ambientes”, aponta uma das organizadoras do evento, Isabela Coutinho. São plantas de fácil cuidado e manutenção que podem ser colocadas em qualquer cômodo.

Outro ponto bem explorado pelos arquitetos responsáveis pelos espaços foi aquilo que o local do evento tinha a oferecer. Em ambientes com o pé direito mais alto, a pedida foi explorar as paredes com uma decoração também mais elevada, mas que não desse a sensação de vazio acima da cabeça. Quando o contrário, com pé direito mais baixo, a escolha foi em abaixar o ambiente, valendo até “afundar” o chão, como foi feito no espaço praia.

Falando em espaço, a 21ª edição da CasaCor conta com ambientes para os mais diversos tipos de residências. Desde aquelas mais modernas, que utilizam o controle remoto para tudo, até um lugar mais aconchegante e provincial, utilizando de elementos clássicos pré-existentes no casarão.

Em coletiva de imprensa, a organizadora Isabela Coutinho deixou claro que o foco desta edição é a liberdade. “É poder criar, testar, misturar novo com antigo, pensando no verde, na natureza. O diferencial é o arquiteto ter a sensibilidade de escolher um objeto para somar com a decoração”, explicou a empresária. Ela destacou também a grande novidade desta edição: a Arena Arbor, um espaço que vai abrigar eventos, como lançamentos de livros, palestras, sessões de cinema e programações infantis. Projetada pelo arquiteto Paulo Carvalho, a estrutura tridimensional tem capacidade para 50 a 60 pessoas.

“O diferencial é o arquiteto ter a sensibilidade de escolher um objeto para somar com a decoração”
Isabela Coutinho, organizadora