Muitos brasileiros não tiveram uma educação financeira desde a infância e, mais tarde, acabam complicando quando o assunto é controle das despesas. Basta perceber que muitos adultos têm dificuldade em lidar com o dinheiro, principalmente com o cartão de crédito. Os pequenos também têm seus desejos de consumo, como brinquedos, videogames ou até saídas ao cinema, e tudo isso precisa estar dentro do orçamento dos pais. Por isso, vários especialistas defendem a educação financeira desde a infância. Para que isso não seja tão complexo, o ideal é que o tema seja abordado inserido na vivência da criança e no dia a dia das famílias.

A filial pernambucana do Sicredi, primeira instituição financeira cooperativa do Brasil, está realizando a 6ª edição da Semana Nacional de Educação Financeira, também conhecida como Semana ENEF, para estimular o debate sobre esse tema na sociedade. Este ano, a instituição preparou uma campanha especial pensando nas crianças, orientando de forma divertida e, ao mesmo tempo, educativa, sobre a importância de desenvolver bons hábitos de consumo.

Para participar é fácil: basta algum dos pais ser associado da Sicredi Pernambucred, ir até uma das agências da cooperativa e realizar uma aplicação financeira a partir de R$ 100 para o filho, levando para casa um kit com três gibis da Turma da Mônica sobre educação financeira. Como em maio é comemorado o Dia Mundial da Família, essa campanha vai além do conceito de educação financeira e se preocupa também com a relação familiar numa época em que os avanços tecnológicos começam a influenciar a convivência.

O Facebook da instituição (www.facebook.com/sicredirecife) também está publicando vídeos educativos sobre o tema com os personagens famosos de Maurício de Souza. Em um dos episódios, De onde vem o dinheiro?, Mônica propõe para Magali que elas usem a sua mesada para comprar quantos sorvetes quiserem. O sorveteiro acha engraçado, mas aproveita para explicar para as meninas que o dinheiro que elas ganharam de seus pais foi conquistado com muito trabalho e que seria melhor poupar um pouquinho para possíveis contratempos. No fim, Magali resolve pegar só dois sorvetes, em vez de quatro.

NA ESCOLA
A recifense Ana Cecília, de 12 anos, mora no bairro da Mangueira e começou a estudar educação financeira na escola desde o 3º no Ensino Fundamental - atualmente ela está no 6º. O tema era incluído durante as aulas de matemática. “Os professores sempre ensinaram a gente a guardar o dinheiro e poupá-lo, incentivando os alunos a juntarem o dinheiro que os pais dão. Que, por exemplo, se eu quero um presente, não é tudo na hora”, explica a menina. “A gente desenvolvia em sala algumas ocasiões: eu quero um brinquedo de R, o quanto eu tenho, quanto preciso juntar e quanto devo deixar de gastar para comprá-lo?”.

Cecília aprendeu sobre educação financeira através da Metodologia DSOP - uma sigla para as quatro etapas da filosofia: Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar.

CONFIRA DICAS PARA POUPAR

MESADA
A mesada ainda é a forma mais famosa e tradicional para inserir os filhos no mundo das finanças. Uma boa alternativa para ensinar as crianças a administrarem o próprio dinheiro e ajuda principalmente na hora em que forem receber o seu primeiro salário, evitando que gastem tudo por impulso.

ANOTAR GASTOS
Você provavelmente sabe que, quando adulto, uma das principais dicas para se organizar financeiramente é fazer uma planilha e anotar todos os gastos. Isso também é indicado para crianças!

OBJETIVOS
Tenha objetivos para  realizar os sonhos. Se você deseja ganhar uma boneca, por exemplo, tente juntar uma parte do valor antes de pedir aos pais para comprar. 

APRENDER BRINCANDO
Aprender por meio de brincadeiras é infalível. E você pode fazer isso até mesmo com jogos de tabuleiro, como o Banco Imobiliário. Ao brincar seguindo as regras do jogo, você aprenderá que há regras a serem respeitadas.