SUDáRIO » Estudo contesta manchas

Publicação: 28/07/2018 03:00

Um estudo realizado por dois italianos especialistas em medicina forense chegou à conclusão de que ao menos a metade das manchas do Santo Sudário, tecido que segundo a tradição católica foi usado para envolver o corpo de Jesus Cristo, são falsas. A pesquisa, publicada no Journal of Forensic Sciences, foi feita por Matteo Borrini, da Liverpool John Moores University, e por Luigi Garlaschelli, do Comitê para o Controle das Afirmações sobre as Pseudociências, e divulgada pelo jornal italiano La Stampa.

“Existem muitas contradições que indicam que o Santo Sudário não é autêntico, e que se trata de uma representação artística ou didática da paixão de Cristo feita no século 14”, concluíram os pesquisadores. Garlaschelli emprestou o próprio corpo para fazer o experimento, no qual usou sangue verdadeiro e artificial. Os estudiosos se basearam na mesma metodologia usada para cenas de crimes e determinaram que muitas manchas de sangue não são compatíveis com a posição de uma pessoa crucificada. “Simulamos a crucificação com cruzes de diferentes formas, de diversos tipos de madeira e com diferentes posições do corpo: braços na horizontal, vertical, sobre a cabeça”, contaram.

Polêmica

A famosa relíquia, que fica em Turim (Norte da Itália), é um tecido de 436cm de comprimento por 110cm de largura, e representa um homem que foi crucificado com pregos nas mãos e nos pés. O pano, que de acordo com explicações científicas seria “falso”, foi fotografado em 1898 pela primeira vez, e a imagem do sudário coincidiu com um “negativo perfeito”, o que foi visto como um “milagre”. Desde então, a relíquia desperta todo tipo de debate, tanto científico como teológico, pelo qual a Igreja Católica não manifestou oficialmente sua aceitação ou recusa.