Empoderamento sobre duas rodas
Mulheres que usam a motocicleta tanto para trabalho, como para lazer, deixam o medo de lado e se tornam parceiras dos seus veículos
Publicação: 09/03/2017 09:00
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Mirian, conhecida como "Maga", é motogirl há 16 anos |
Motogirl há 16 anos, Mirian Carneiro, 43 anos, enfrenta barreiras até hoje para exercer sua profissão. “Meu pai nunca foi de acordo em me ver andando de moto, porque, para ele, não era coisa de mulher. Hoje sei lidar bem com as dificuldades e sou muito respeitada", conta Mirian, que trabalha no ramo desde que seu irmão lhe deu sua primeira motocicleta, aos 26 anos.
A assistente administrativa Viviane dos Santos aprendeu a andar de moto com seu marido e se tornou uma apaixonada pelo veículo, compartilhando a paixão com seus dois filhos. “Eu andava muito de bicicleta, então meu marido me deu uma cinquentinha, logo depois compramos uma moto melhor e hoje faço tudo com ela”, conta. Sua filha Rayane Reis, 18, não vê a hora de tirar a habilitação e ser como a mãe. “Ela sempre me ensinou a andar de moto, quero muito começar a pilotar sozinha”, conta.
A competidora de motocross e instrutora de pilotagem da Honda, Jaqueline Peltrolini, 26, começou a pilotar aos 8 anos de idade. Apaixonada pelas “magrelas”, Jaqueline sonhava dar aulas de pilotagem, mas revela que ficou surpresa quando conseguiu. “Sou formada em administração e nunca pensei que seria instrutora, apesar de ser um sonho. Hoje dou aulas para órgãos públicos e frotistas”, conta a competidora. Ela ainda ressalta alguns cuidados que as mulheres precisam ter. “Conhecer a moto e ter a técnica é muito importante, mas também ficar atentas em detalhes simples para evitar riscos, como escolher uma roupa adequada para pilotar e ter uma boa postura”, alerta. Ela coleciona, além de troféus, uma grande vontade de incentivar outras mulheres que queiram entrar no universo das duas rodas. “Tem que dar a primeira acelerada e deixar o medo de lado”, acrescenta.
Segurança na palma da mão
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Vânia Moreira, 38 anos, motorista de aplicativo |
Intimidada por conversas invasivas e olhares indesejados de taxistas, a produtora cultural Ana Catarina, de 28 anos, conta que, atualmente, quando não tem mulher na pista rodando, ela só solicita carro particular acompanhada. “Não me sinto segura em solicitar uma viagem sozinha por muito do que eu já tive que aturar pagando por um serviço”.
APLICATIVO
O FemiTaxi, app que busca inibir o assédio e conectar mulheres, já conta com mais de 250 taxistas cadastradas, funcionando em São Paulo e Belo Horizonte. Serviço chega ao Recife ainda este ano.