Do hatch para um SUV O tipo de automóvel pode fazer a diferença quando o assunto é saúde e organização familiar para a mobilidade no dia a dia

Alvaro Ferraz Vilarim
Especial para o Diario
veiculos@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 12/09/2018 03:00

O que vem a nossas cabeças quando pensamos em automóveis? Diversas coisas, não é verdade? Seja diversão, passeio, conforto, necessidade ou até mesmo em um item sinônimo à poluição, estresse e sedentarismo. Mas carro pode ser sinônimo de saúde.

A escolha do automóvel é estreitamente relacionada ao bem estar. E isso depende tanto das características do condutor (estatura, peso, vitalidade) quanto do veículo: modelo, tamanho e objetos como assentos (com opções de ajustes), direção (mais leve ou pesada), e câmbio (se manual ou automático).

Fazer o uso excessivo do carro ou mesmo permanecer muito tempo parado nos engarrafamentos pode acarretar em problemas mecânicos e pessoais. Em outras palavras, não é só freio, suspensão e embreagem que se desgastam, mas intelecto e corpo do motorista também. Foi o que aconteceu com Rafael Alex Sobrinho, médico geriatra e internista. Ele conta que viu, no antigo automóvel, um dos motivos para as suas fortes crises de coluna, sentidas desde a adolescência, ainda no início da faculdade de medicina. “Eu tinha hérnia de disco. Acabei me operando quando estava no terceiro período, em 2009. Terminei o curso tranquilo, sem dor. Mas, recentemente, voltei a sentir uma outra hérnia. Fui reoperado há pouco mais de um ano. Mas depois da nova cirurgia fiquei ainda apresentando episódios de crise de dor lombar com irradiação para a perna. Eu acho que o antigo carro tinha alguma parcela desse fator”, afirma.

A opção foi fazer a troca por um veículo que atendesse as necessidades de uma vida médica corrida na capital pernambucana. “Com a continuação dos episódios de crise e trabalhando em mais de um lugar - andando de um hospital a outro -, para mim seria importante um câmbio automático por conta do problema de coluna e também do dia a dia agitado, muito desgastante, no trânsito do Recife”. Dessa forma, Rafael e a esposa Lucíola decidiram, então, vender o Fox Itrend 2012. O modelo de 3,82metros de comprimento, câmbio manual e motor 1.6 saiu de suas mãos em maio com quilometragem baixa - levando em consideração o tempo de uso: 44 mil km rodados em 6 anos. O novo dono desembolsou R$ 24.500.

O carro da montadora alemã já não estava suprindo as necessidades. Além da patologia, outros fatores relacionados ao bem estar deram partida à saga pelo novo automóvel. O casal que já tem Joaquim, de 1 ano e meio, e Otto, um buldogue inglês de 3 anos e meio, descobriu há seis meses que a família vai aumentar. Foi dada, então, a largada para a compra do primeiro SUV. “O transporte do cachorro já vinha sendo feito de maneira inadequada, no banco traseiro com meu filho e minha esposa. O carro iria ficar ainda mais pequeno para a gente na chegada de Vicente, nosso segundo filho”, comenta. “Então, por isso tudo, e por meu problema de coluna, a gente terminou decidindo se desfazer do Fox”.

Entre as opções na lista de escolha do novo veículo estavam modelos mais confortáveis e de espaço interno maior, como o Creta da Hyundai e o HR-V da Honda. Na versão 2018, o primeiro tem opções de câmbio automático ou manual, motor 1.6 a 130 cv e 2.0 Flex com 166 cavalos de potência, tração dianteira e direção elétrica. Possui 4,27 metros de comprimento e cinco versões com preço variando de R$ 72.790 a R$ 99.490. Já o da montadora japonesa conta com câmbio CVT com modo manual, comprimento de 4,29 metros, motor 1.8 i-VTEC FlexOne que chega a 140 cavalos de potência a 6.300 rpm, e também tração dianteira, direção elétrica e cinco versões com valores entre R$ 81.900 e R$ 109.900.

Presença e credibilidade no mercado foram alguns dos critérios de desempate no processo de seleção feito pelo casal. “Como o Creta tinha menos tempo de lançamento e o HR-V é um carro mais estabelecido, encontramos mais opções de seminovos no Honda”, diz o médico. O modelo escolhido foi um HR-V EX 2016 com 24 mil quilômetros rodados no valor de R$ 71.000.

Apesar de tê-lo em suas mãos há poucos meses, dr. Rafael conta que está contente pela troca de um hatch de entrada por um SUV. “Antes, quando passava uma hora no trânsito, chegava em casa cheio de dores. Agora, isso não vem acontecendo. Tem suprido minhas necessidades e estou satisfeito pela nossa escolha”, afirma.

Apesar disso, a propriedade do automóvel não torna o médico um entusiasta do segmento. Ele é taxativo ao lembrar que a escolha da troca do modelo foi feita apenas por questões organizacionais. “A compra não passou muito por um sonho de consumo meu ou da minha esposa. Precisava organizar a minha família e os utilitários conseguem oferecer o que eu precisava”, conta. “Sei que o carro é um bem durável e muitas pessoas têm uma ligação de afeto com ele, só que a gente não foi por aí”, lembra.

Outro médico, Jacques Waisman, que atua na área de longevidade saudável, também adquiriu um SUV “pela qualidade do produto e pelos preços das revisões”.

Ele já possuía um Jeep Compass e há menos de um mês colocou em sua garagem o Lexus NX 300 F-Sport 2018. Bem estar e sustentabilidade foram alguns dos motivos que fizeram o doutor levar a máquina de luxo pertencente a Toyota, pois segundo ele “é a única empresa que tem todas as versões também em híbridos que ajudam a preservar o meio ambiente”.