Em ritmo de crescimento Apesar da queda no transporte rodoviário nos últimos anos, a Iveco se mostra otimista com o futuro do setor no Brasil

Débora Eloy
debora.eloy@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 20/10/2018 09:00

A Fetranslog (Feira do Transporte e Logística de Santa Catarina) é o atual ponto de convergência das fabricantes de caminhões do Brasil. Reunindo representante de diversas montadoras e fabricantes do gênero, a feira aposta nos comerciantes e transportadores locais. A região é responsável por grande parte da comercialização de caminhões médios e leves de todo o Brasil e está cada vez mais em expansão tanto na região Sul como em todo o país.

A Carboni, uma das concessionárias Iveco em Santa Catarina é prova de que para atender todo o país é necessária confiança entre fabricante, revenda, transportadora e caminhoneiro. “A Carboni foi fundada em 1957 e hoje possui 50 concessionárias na região sul do Brasil. Estamos há mais de 20 anos em Chapecó, uma cidade que foi palco do maior número de vendas de veículos pesados no país”, explica o presidente da empresa Osma Carboni.

Apesar desse dado não ser encontrado nos órgãos oficiais, a garantia vem da própria revenda. “Muitos veículos que são comercializados aqui são emplacados em outras cidades, por questão de impostos. Estimamos que mais de 50% dos caminhões que nós comercializamos são registrados fora de Chapecó”, explica o gerente de vendas da bandeira Marcelo Velloso.

O principal responsável por esses números é a forma de trabalho dos moradores locais. “O agronegócio é o principal responsável por todas essas vendas, sem falar nos nossos colaboradores espalhados por toda a região, que somam mais de 900”, aponta Osmar.

A esperança na produção de caminhões no Brasil parece ter dado uma melhora depois de passado alguns anos da crise de 2014. “Estamos vendo esse crescimento principalmente no segmento de caminhões pesados, que ocupa cerca de 60% das nossas revendas. E pelo visto, depois da greve dos caminhões no início do ano, o aumento ainda está maior”, revela o presidente da Carboni. A expectativa para fechar o ano parece bem otimista. “Estamos vendendo bem mais este ano, estamos sem estoque e com uma fila de espera”, complementa.

O destaque da Iveco nessa participação é atribuída às melhorias que a fabricante investiu em seus modelos, antes vistos como aquém dos caminhões de outras marcas. “O novo câmbio auto shift foi bem aceito aqui na região. Os modelos Iveco agora são capazes de competir de igual para igual com outras montadoras.”, revela Osmar.

Mas, não é só a fabricante e o concessionário que enxergam essa melhora, os compradores de caminhões também estão otimistas como é o caso do transportador Luiz Framento. “O setor de transporte de alimentos foi um dos que mais cresceu nos últimos anos, prova disso é que a cada ano precisei investir mais em novos caminhões para poder atender às demandas dos clientes”, aponta.

A expectativa para o próximo ano está, aparentemente, nas mãos do futuro político do país. “Não podemos afirmar nada com certeza porque serão dois cenários completamente diferentes a depender do resultado das eleições no dia 28, mas esperamos comprar bem mais caminhões”, revela Luiz, que tem filiais espalhadas por diversas regiões do país, incluindo Vitória de Santo Antão, em Pernambuco.

Diferente do que aconteceu com a maioria dos transportadores no Brasil, Luiz Framento garante que não houve baixa na sua produção. “Sempre compro de 50 a 100 caminhões por ano, cada um deles não chega a 3 anos de rodagem para ser trocado”, finaliza.