Comprar X Alugar Segundo relatório do BTG Pactual, assinar um carro pode ser até 50% mais em conta do que comprar, além de livrar o usuário de custos com IPVA, revisões anuais e seguro

Pedro Ivo Bernardes

Publicação: 16/03/2024 03:00

Assinar um carro, ao invés de comprar, tem sido uma opção cada vez mais comum no mercado automotivo brasileiro. Indo  além, inclusive, das frotas corporativas e ganhando a adesão das pessoas físicas. Em parte, isso se deve ao fato de que comprar um carro no Brasil se tornou muito caro para a renda das famílias. No últimos cinco anos, um carro “popular” como Kwid passou a custar o equivalente a mais de 50 salários mínimos, quando em 2019 (ano anterior à pandemia) correspondia a 38 salários, segundo revela o anuário da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla).

A paralisação das indústrias e a falta de insumos para a produção logo após o lockdown respondem por boa parte dessa elevação de preços, que infelizmente não foi acompanhada pela renda. O preço, no entanto, não foi o único motivo para o crescimento das assinaturas de veículos. A taxa média de juros de 24% ao ano, que encarece ainda mais a aquisição de um veículos.

Na ponta do lápis, a assinatura de um automóvel pode sair mais em conta que comprar um carro zero, principalmente se levarmos em consideração, além do financiamento, os custos que temos para manter o carro, como emplacamento, revisões anuais, seguro e IPVA, além da depreciação do veículo, que gira em média na casa de 15% ao ano, com alguns modelos apresentando percentuais maiores e outros menores.

Segundo relatório temático do BTG Pactual sobre o  setor de locação de veículos, que prevê um crescimento do setor de 14% ao ano até 2032, a assinatura de um automóvel pode ser até cerca de 40% a 50% mais barata que a compra financiada. Na simulação realizada pelo Diario (confira infográfico), considerando o modelo Kwid Outsider e uma entrada de 30%, a economia ficou na casa de 35%. No entanto, não foi levada em consideração a rentabilidade do investimento dos R$ 23 mil não gastos com a entrada. Mas a assinatura não  é mais vantajosa para todos, já que os motoristas têm limite de 1 mil km mensais para rodar. Quem passar disso por mês, precisa avaliar ponto a ponto e talvez a compra fique mais viável.

COMPORTAMENTO

Há ainda uma questão comportamental a ser consideradada, que é a ascesão dos millennials (ou Geração Y) ao mercado de trabalho e ao consumo. Essas pessoas são maioria entre os condutores habilitados no país e têm uma forma deferente  de se relacionar com o consumo, priorizando o uso e não a posse de um bem que foi sonho de consumo de seus pais.